Quem é Vítor Braz, inspetor-geral das Finanças, várias vezes nomeado por Centeno?
Ex-auditor chefe do Tribunal de Contas, Vítor Miguel Rodrigues Braz foi escolhido, em 2015, para ser o novo Inspetor-Geral das Finanças, entidade que esta terça-feira está a ser alvo de buscas. Na altura, a ministra das Finanças era Maria Luís Albuquerque.
Vítor Braz integrava a lista de três finalistas ao cargo de inspetor-geral de Finanças divulgada em novembro de 2014 pela Comissão de Recrutamento para a Administração Pública (Cresap) e que incluía também Joaquim Carlos de Oliveira Pinto Gomes Rodrigues e Mário Rui Ferreira Tavares da Silva, ambos da ex-inspeção-geral das Autarquias Locais.
Durante o governo liderado por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, Vítor Braz substituiu José Maria Leite Martins, que tomou posse como secretário de Estado da Administração Pública no final de 2013, deixando, desde então, o cargo de inspetor-geral de Finanças sem responsável nomeado.
Na sequência das suas novas funções, Vítor Braz abandonou a presidência da mesa da assembleia-geral da Lusa - Agência de Notícias de Portugal.
Nascido em 28 de dezembro de 1965, Vítor Braz é licenciado em Direito e possui pós-graduação em Gestão e Controlo Públicos e cursos de especialização em Direito do Ambiente, Alta Direção e em Gestão Estratégica.
Auditor chefe do Tribunal de Contas desde fevereiro de 2009 e inspetor da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) desde maio de 1992, foi nomeado inspetor de Finanças chefe, precedendo concurso, em fevereiro de 2002.
De 1998 a 2005, Vítor Braz foi consultor do Instituto Superior Técnico e, de 1997 a 2009, ocupou o cargo de vogal do júri dos concursos do departamento de jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Com António Guterres como primeiro-ministro, foi assessor do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, tendo com Durão Barroso e Pedro Santana Lopes passado a apoiar os secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, o novo Inspetor-geral das Finanças ocupava a presidência da mesa da assembleia de empresas públicas e de empresas participadas pelo Estado, tendo ainda sido representante do Ministério das Finanças em comissões interministeriais e em assembleias-gerais de empresas públicas e da IGF nos comités de recursos próprios IVA e tradicionais da Comissão Europeia, de 2003 a 2009.
Em setembro de 2017, por decisão de Mário Centeno, ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Vítor Braz foi nomeado para liderar o conselho de auditoria da Santa Casa da Misericórdia, o órgão interno a quem cabe fiscalizar a gestão, examinar as contas e acompanhar a execução dos orçamentos. E em setembro deste ano, foi nomeado, pelo mesmo ministro, para representante do Ministério das Finanças no Conselho Consultivo das Fundações. Agora, em dezembro, o Inspetor-geral das Finanças vê a instituição que lidera ser alvo de buscas.