Augusto Santos Silva falava na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, onde foi ouvido acerca da cimeira de líderes da União Europeia (UE) dedicada à pandemia que se realiza na quinta-feira por videoconferência..O ministro foi questionado por deputados do PS, BE e PCP sobre a eventualidade de novas restrições às viagens internacionais devido ao atual agravamento da situação epidemiológica, com a bloquista Fabíola Cardoso a evocar designadamente o habitual fluxo de portugueses no estrangeiro para se reunirem com as famílias em Portugal na época do Natal.."Creio que temos de fazer nestes dias um esforço muito grande para conter o alastramento do vírus, exatamente para podermos salvar o Natal", disse o ministro..Frisando não querer imprimir um "tom dramático" à expressão, Santos Silva explicou que, sendo o Natal "uma ocasião muito importante de reunião familiar", em Portugal ela envolve potencialmente as famílias de 2,3 milhões de portugueses residentes no estrangeiro, número que ascende a 5 milhões quando se contam também os que já nasceram fora do país.."É muito importante que na Europa consigamos conter o vírus de forma a preservarmos esse bem maior que é a mobilidade intraeuropeia", disse Santos Silva, acrescentando que, para fora da Europa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros continua "a desaconselhar vivamente viagens não essenciais", "designadamente para países fora da UE e países sem representação diplomática portuguesa"..Nas respostas aos deputados que o questionaram sobre eventuais novos fechos de fronteiras na UE ante o atual agravamento da pandemia, o ministro insistiu que Portugal sempre foi e continua a ser contra medidas desse tipo, mas considerou que todos os países da UE "aprenderam bastante com o resultado que isso teve" e sabem hoje que sempre que houve coordenação foram criadas "melhores condições combater pandemia".