Deputados obrigados a identificar-se na rua para chegar ao Parlamento por causa da visita do presidente chinês
Deputados e funcionários parlamentares foram obrigados a identificar-se na Rua de São Bento, em Lisboa, e noutras artérias de acesso ao Parlamento, para poderem deslocar-se até à Assembleia da República, esta quarta-feira de manhã, constatou o DN no local. Um excesso, apontaram.
Um cordão policial na Rua de São Bento impedia a circulação de pessoas a partir da esquina da Rua de Santo Amaro, obrigando esses cidadãos - independentemente da idade e do local para onde se dirigissem - a subirem esta rua, e contornarem São Bento (a residência oficial do primeiro-ministro e o palácio) para poderem circular. Os automóveis eram desviados para a Rua da Imprensa Nacional.
Deputados como os socialistas João Paulo Correia e Catarina Marcelino tiveram de se identificar para poderem seguir até ao Parlamento, algo que nunca tinha acontecido.
Os funcionários parlamentares também só podiam dirigir-se para o seu local de trabalho depois de identificados. Todo o comércio da Rua de São Bento situado no quarteirão entre a Rua de São Amaro e o largo fronteiro ao Parlamento estava vazio.
A confusão já se adivinhava antes: pelas 10.20, nas Amoreiras, os autocarros já eram mandados para trás (não podendo circular em direção ao Largo do Rato). À entrada deste largo, com a comitiva chinesa prestes a passar, acumulavam-se autocarros da Carris e turísticos, parados e vazios. Quem tinha chegado ao fundo da Rua D. João V, vindo das Amoreiras, era obrigado a voltar para trás.
A Avenida Álvares Cabral estava vazia, à espera da passagem dos carros da PSP e comitiva chinesa, incluindo a limusina presidencial. Passaram pelas 10.45 - e tudo parado.
Já na terça-feira o trânsito foi cortado em plena hora de ponta na Segunda Circular para deixar passar a comitiva. A cidade fica à espera.