Mais seis mortes e 311 contágios, quase tantos como os recuperados

Tal como na quarta-feira, maioria dos novos casos foram registados na área da Grande Lisboa, segundo o boletim epidemiológico desta quinta-feira.

Mais seis mortes e 311 novos casos de infeção por covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas. Este é o último balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS) e os dados estão presentes no boletim epidemiológico desta quinta-feira (25 de junho).

26 382 pessoas já recuperaram da infeção, mais 299 pessoas do que na quarta-feira.

Em comparação com os dados de quarta-feira, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,4%. Já os casos de infeção subiram 0,8%.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 17.767 casos confirmados, mais 240 do que na quarta-feira, o que corresponde a 77% dos novos contágios.

À semelhança do que aconteceu na quarta-feira, a Grande Lisboa ultrapassou novamente a região do Norte no número de casos, que registou 17 372 contágios. É também a segunda com maior número de óbitos (453).

Em Portugal há 436 pessoas internadas (mais 7), das quais 73 estão nos cuidados intensivos (menos seis ).

O Norte regista 17.372 infeções e 815 mortos, o Centro 4.055 casos confirmados e 248 óbitos, o Algarve 15 mortos e 574 pessoas infetadas e o Alentejo regista três mortos e 409 pessoas com covid-19.

Os Açores apresentam 146 casos de infeção pelo novo coronavírus SARA-Cov-2 e 15 mortes, enquanto a Madeira tem 92 pessoas infetadas e mantém-se sem qualquer óbito registado.

Na distribuição dos casos infetados por concelhos, Lisboa é o que regista o maior número de casos (3.277), seguido por Sintra (2.425), Loures (1.720), Vila Nova de Gaia (1.629), Amadora (1.546), Porto (1.414), Matosinhos (1.292), Braga (1.256), Odivelas (1039) e Maia (950).

Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas até hoje, 779 são mulheres e 770 homens.

Por faixa etária, o maior número de mortes regista-se entre as pessoas com 80 ou mais anos (1.037), seguida pela faixa entre os 70 e os 79 anos (299). Entre a população com idades compreendidas entre os 60 e 69 anos há 142 mortes.

Faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos

Os dados da DGS registam ainda 49 mortes na faixa etária entre os 50 e os 59 anos, 18 entre os 40 e os 49 anos, duas entre os 30 e os 39 anos e duas na faixa etária dos 20 aos 29 anos.

Relativamente ao total de casos de infeção, os dados apontam que 22.707 são mulheres e 17.708 homens.

A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (6.769), seguida da faixa entre os 50 e os 59 anos (6.423) e das pessoas com idades compreendidas entre os 30 e os 39 anos (6.390).

Nas faixas etárias mais jovens, entre os 20 e os 29 anos, registam-se 5.845 casos e, entre os 10 e os 19 anos, 1.598.

Nas crianças até aos nove anos verificam-se 1.116 casos, precisam os dados da Direção-Geral da Saúde.

Segundo a DGS, 37% dos doentes apresentaram tosse, 28% febre, 21% dores musculares, 20% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 10% dificuldade respiratória.

A aguardar resultado laboratorial de testes estão 1.524 pessoas e em vigilância pelas autoridades de saúde estão 31.113.

Desde o dia 01 de janeiro, Portugal registou 371.024 casos suspeitos, refere o boletim, adiantando que há 26.382 pessoas dadas como recuperadas, mais 299 do que na quarta-feira.

"Segunda onda" de covid-19 na Grande Lisboa?

O PSD citou ontem técnicos de epidemiologista da Direção Geral da Saúde (DGS) para advertir que há "uma segunda onda" da covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa (AML), com aumento dos internamentos e dos doentes em cuidados intensivos.

Esta posição foi defendida pelo deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite, após mais uma reunião que decorreu no Infarmed, em Lisboa, com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, com foco na Área Metropolitana de Lisboa, onde tem surgido a maioria dos novos casos.

Uma reunião em que participaram o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e líderes partidários, entre eles Rui Rio por videoconferência.

"Nesta reunião, e de acordo com os técnicos de epidemiologia da DGS, a situação que estamos a viver, particularmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, é a representação de uma segunda onda. O aumento do número de casos que estamos a verificar não é apenas e só o resultado do aumento da testagem", sustentou Ricardo Baptista Leite.

19 freguesias podem voltar ao dever cívico de recolhimento

O Governo pode vir a repor o dever cívico de recolhimento domiciliário nas 19 freguesias que permanecerão em situação de calamidade, um decisão que poderá ser tomada no Conselho de Ministros desta quinta-feira, noticia o jornal Público.

O dia 28 de junho é a data apontada pelo Governo para o fim do estado de calamidade no país, à exceção das freguesias onde se concentram o maior número de focos de infeção de covid-19.

Serão, pelo menos, 19 e todas pertencem a cinco concelhos: Lisboa, Sintra, Amadora, Loures e Odivelas, mas a lista definitiva será fechada em Conselho de Ministros.

Em declarações ao "Jornal de Notícias", dois elementos dos quatro do painel que foi ontem ouvido no Infarmed, defenderam que só parte do país pode evoluir para os estados de contingência ou de alerta.

O epidemiologista Manuel Carmo Gomes, considerou, inclusive, que «há a possibilidade de ser necessário» manter no país o nível de restrições impostas pela situação de calamidade, tendo em conta os casos em Lisboa, podendo manter-se até 12 de julho.

Outro elemento do painel defendeu, ao JN, que só parte do país possa evoluir para outros níveis de gravidade inferiores - o de contingência ou o de alerta.

O Governo procederá também à aprovação, em diploma próprio, de um quadro sancionatório que promova e assegure o cumprimento de medidas necessárias à contenção da propagação da pandemia.

Na terça-feira entraram em vigor as medidas para a área da Grande Lisboa. Quem desrespeitar as novas regras incorre em crime de desobediência.

Europa desconfina a diferentes ritmos

Com grande parte dos países da Europa já em fase de desconfinamento, adensam-se os receios de uma segunda vaga de propagação de covid-19.

De Portugal à Alemanha, passando por Espanha, já são vários os exemplos de agravamento das medidas de contenção para fazer face a surtos localizados e impedir que se propaguem. E não é só na Europa: países tidos como exemplares no combate à pandemia, como a Coreia do Sul ou a Nova Zelândia, também já voltaram a apertar medidas para evitar os contágios. Eis o retrato de alguns países.

Em Espanha, por exemplo, a vice-presidente do Governo já admitiu que o país pode voltar ao estado de emergência, que deixou de vigorar apenas no último sábado.

A Alemanha registou 587 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas e o ministro da Saúde, Jehns Spahn, veio apelar esta manhã à prudência nesta fase da epidemia.

Também o Reino Unido está agora na fase de levantamento das medidas de confinamento. Boris Johnson anunciou terça-feira a reabertura de restaurantes e pubs a 4 de julho, avançando também que o distanciamento social recomendado passa a ser de um metro (em vez dos dois metros recomendados até agora).

Um grupo de especialistas em saúde pública veio entretanto alertar para o "risco real" de uma segunda vaga de contágios.

"Embora seja difícil prever a evolução da pandemia, há evidências da probabilidade de novos surtos e de que uma segunda vaga é um risco real", é referido numa carta aberta divulgada na quarta-feira.

OMS aponta ressurgimento de casos na Europa e aceleração da pandemia

Em conferência de imprensa virtual a partir de Copenhaga, o diretor regional para a Europa da OMS, Hans Kluge, assinalou que no resto do mundo, a pandemia "continua a acelerar" para números recorde, indicando que no domingo passado se registou o maior número de novos casos de sempre: 183.000.

"Trinta países registaram aumentos nos novos casos acumulados durante as duas últimas semanas. Em onze deles, a transmissão acelerada do novo coronavírus levou a um ressurgimento muito significativo que, se não for combatido, levará os sistemas de saúde ao limite mais uma vez", declarou.

A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 482.802 pessoas e infetou 9,4 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa até às 11:00 de Lisboa, já morreram pelo menos 482.802 pessoas e há mais de 9.450.110 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

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