PSP não suspende agente detido com a claque do Boavista

O tribunal decidiu prisão preventiva para três dos cinco "Panteras Negras" detidos na segunda-feira pela PSP. Esta claque foi responsável por 20% dos incidentes na passada época desportiva
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A PSP não vai suspender o seu agente, membro da claque do Boavista, que foi detido nos Açores, por esta força de segurança com outros quatro "Panteras Negras", confirmou ao DN fonte desta polícia depois de ter conhecido as medidas de coação a que ficou sujeito. "Para já não é suspenso. Só processo disciplinar, que já está instaurado", afirmou a fonte autorizada.

Esta quarta-feira, o tribunal daquela Região Autónoma decidiu aplicar a medida de prisão preventiva a três dos cinco detidos, mas o agente da PSP, que presta serviço no Comando do Porto, ficou sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR) e apresentações duas vezes por semana na esquadra da sua residência, que é também na região norte. O tribunal decidiu a mesma medida de coação para o funcionário de uma empresa de segurança privada também detido.

Os cinco estão indiciados pela prática de "crimes relacionados com ofensas à integridade física qualificada, ameaça e dano". Segundo o comunicado da PSP, têm entre 31 e 43 anos, todos pertencem à claque "Panteras Negras". Tinham viajado para os Açores "alguns dias antes do jogo entre o Clube Desportivo Santa Clara e o Boavista Futebol Clube", efetuado no sábado. Recorde-se que o Santa Clara venceu o Boavista por quatro bolas a duas.

Na ilha de São Miguel, os arguidos "provocaram desacatos e agressões físicas violentas a cinco funcionários" de um restaurante" e, "além das agressões físicas e ameaças" contra estes, registaram-se também "danos em diversos artigos e material existente" no estabelecimento, contou a PSP.

De acordo ainda com esta força de segurança, quatro dos suspeitos foram intercetados no aeroporto de Ponta Delgada e outro no aeroporto da ilha Terceira, de onde pretendiam viajar para o continente português, procurando, desta forma, eximir-se ao controlo das autoridades policiais e judiciárias".

Segundo fonte policial, o agente da PSP presta serviço administrativo e é conhecida a sua "dedicação" ao Boavista, acompanhando sempre a claque sem que, até agora, se tivessem registado incidentes.

20% dos incidentes na última época

De acordo com informações facultadas ao DN pela PSP, os "Panteras Negras" foram responsáveis por 20% dos incidentes registados em jogos de futebol no ano passado. Ainda não foram conhecidos os dados totais da passada época desportiva de 2017/2018, mas na anterior (2016/2017)os adeptos deste clube quase duplicaram o número de incidentes: 85, contra 44 em 2015/20176 representando 3,5% do total de incidentes.

Esta claque tem inscritos oficialmente apenas 31 adeptos. A PSP admite "que tenham mais sócios que não estão registados", tal como acontece com outros clubes.

Conforme o DN já noticiou, a PSP tem identificados 2219 adeptos envolvidos em situações de violência no futebol, mas apenas uma ínfima percentagem está proibida de entrar nos estádios (19 em maio passado).

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