Máscaras, desinfetar e evitar tocar em dinheiro. As regras para andar de transportes
A Direção-Geral da Saúde publicou esta quarta-feira uma série de orientações para os transportes públicos coletivos e individuais. Recomenda-se, por exemplo, a quem ande de táxi que mantenha as mãos em cima dos joelhos durante o percurso para evitar tocar em superfícies.
Todos têm de usar máscaras, deve-se evitar tocar em dinheiro e é necessário que seja disponibilizado desinfetante para trabalhadores e utilizadores. Estas são algumas das orientações para os transportes públicos que a Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou esta quarta-feira, numa altura em que o país já iniciou a segunda fase de desconfinamento das medidas para conter a propagação do novo coronavírus.
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O recurso a portas automáticas, sempre que possível, e parar em todas as "estações/paragens" para evitar que os utilizadores "tenham de carregar no botão de abertura de portas (botão stop), e privilegiar a entrada e a saída" dos passageiros "pela porta traseira do veículo" são outras recomendações do documento da DGS. Um conjunto de regras que abrange as empresas, os trabalhadores e utentes de todos os transportes públicos, como autocarros, metros, táxis, comboios, barcos, entre outros.
Todas as empresas e operadoras de transportes públicos coletivos e individuais têm de ter o seu plano de contingência, que deve ter "aconselhamento técnico aos seus colaboradores, sensibilização para o cumprimento de medidas de proteção contra a covid-19 e materiais de limpeza, máscaras e equipamentos de proteção individual adequados".
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A DGS indica que os trabalhadores dos transportes públicos devem usar "máscara facial, de preferência cirúrgica". Caso um funcionário "apresente sintomas sugestivos de infeção respiratória (tosse, febre, falta de ar, etc.)", deve "abster-se de ir trabalhar, avisando a empresa" e "mantendo-se em recolhimento de acordo com as recomendações médicas ou orientações da DGS".
Nos casos suspeitos e quando há trabalhadores diagnosticados com covid-19, as empresas devem acautelar nos seus planos de contingência a "substituição destes, por forma a continuar a satisfazer as necessidades identificadas dos utilizadores sem interrupção";
A autoridade de saúde indica, em comunicado, que os operadores "devem garantir o reforço da frequência e a adequada limpeza e desinfeção das superfícies, com especial atenção às áreas de maior contacto e exposição, bem como disponibilizar, para trabalhadores e utilizadores, uma solução antissética de base alcoólica ou outra solução à base de álcool".
Segundo a DGS, as empresas devem "garantir a renovação do ar nos veículos nas condições indicadas e sempre que tal seja tecnicamente possível".
As operadores devem, por exemplo, "assegurar pelo menos seis renovações de ar por hora, idealmente com a abertura das janelas", bem como "garantir sempre a qualidade do ar apropriada para a área e número de pessoas em causa". Caso haja "utilização de ar condicionado, esta deve ser feita em modo de extração e nunca em modo de recirculação do ar".
O que deve fazer quando usa os transportes públicos?
Além do uso obrigatório de máscara, os utilizadores dos transportes públicos devem "respeitar os circuitos adaptados, normas, medidas de segurança e de higiene recomendadas em cada meio de transporte".
Os utentes devem "desinfetar as mãos antes e depois da utilização de um transporte público", bem como "evitar o contacto manual com as superfícies" e manter o distanciamento "máximo de distância" entre os utilizadores.
Diz a DGS que os passageiros devem também garantir "o distanciamento físico recomendado entre pessoas, durante o período de espera e de utilização do transporte".
Pede-se que seja evitado o uso de dinheiro, "a troca de bens materiais entre trabalhadores e utilizadores (por exemplo, pagamentos com moedas ou notas)". Nesse sentido, deve-se privilegiar o "pagamento eletrónico e sem contacto direto".
Os "passageiros devem minimizar os cruzamentos entre pessoas, nomeadamente em entradas e saídas do veículo, deixando passar primeiro quem está a sair". No interior do transporte público pede-se para "evitar deslocamentos desnecessários, como a passagem entre diferentes carruagens ou áreas".
É ainda pedido que seja minimizada "a utilização de espaços confinados, como casas de banho ou zonas de atendimento ao público" e que sejam respeitadas as orientações dos "dos motoristas e dos agentes do operador",
Se apresentar "sintomas sugestivos de infeção respiratória (tosse, febre, falta de ar, etc.)", a DGS pede que não use os transportes públicos. Só o deve fazer em casos urgentes "e em circuitos cujo destino são unidades de saúde"
Táxis. Passageiros devem manter mãos em cima dos joelhos
Para os "táxis e transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TDVE)", como a Uber, deve-se "providenciar a colocação de solução antissética de base alcoólica ou solução à base de álcool, um recipiente por veículo (ex. num local acessível tanto ao condutor como aos passageiros)".
Os trabalhadores destes meios de transporte devem "limpar e desinfetar os veículos diariamente". Aqui, recomenda-se transportar os passageiros apenas nos bancos traseiros e evitar o "contacto direto e próximo" com o motorista, Nos veículos, sempre que possível, deve-se manter as janelas abertas durante o percurso, "para permitir a circulação constante do ar do interior para o exterior do veículo".
Ainda no âmbito dos transportes individuais, a DGS diz que os utilizadores devem, sempre que possível, "colocar os pertences próprios na bagageira" e manter-se "no banco traseiro".
Se tem por hábito recorrer aos táxis, por exemplo, deve "manter as mãos no colo durante a viagem e evitar o manuseamento e toque nas superfícies do interior do veículo", recomenda a DGS. Deve também "higienizar as mãos antes e após o contacto necessário para entrada e saída do veículo", além de evitar o "contacto direto e próximo" com o motorista.
As empresas dos transportes públicos e individuais devem fornecer aos trabalhadores "materiais de limpeza de uso único para limpeza das superfícies internas do veículo com as quais o utilizador esteve em contacto, nomeadamente panos de limpeza, toalhetes de limpeza de uso único (humedecidos com desinfetante, lixívia ou álcool a 70%)".
Todas as recomendações da DGS sobre os transportes públicos coletivos e individuais podem ser consultadas aqui.