Loures. Refugiado infetado foi às compras porque tinha fome
É um dos requerentes de asilo transferidos da Base Aérea da Ota par a Casa das Marés. Estava "devidamente protegido" e não ofereceu resistência quando foi detetado pela PSP. Câmara de Loures diz estar a acompanhar a situação e promete tomar medidas caso se justifique.
Um dos refugiados infetados com o novo coronavírus, que se encontra instalado em Loures, foi detetado no domingo às compras alegando que "estava com fome", disse à Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP.
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Segundo o oficial de serviço do Cometlis, Bruno Pereira, um dos refugiados requerentes de asilo transferidos da Base Aérea da Ota, em Alenquer, que se encontra instalado na Casa das Marés, em Loures, no distrito de Lisboa, saiu indevidamente para fazer compras "porque estava com fome".
"Um dos indivíduos, porque não tinha comida, deslocou-se a uma superfície comercial, devidamente protegido, pese embora efetivamente não o pudesse fazer", explicou o oficial.
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O mesmo homem já tinha saído sem autorização no sábado, acrescentou. Após ter sido detetado pela PSP no interior da superfície comercial, elementos da força de segurança conduziram o indivíduo de regresso à Casa das Marés.
Segundo a mesma fonte do Cometlis, o homem deslocou-se às compras "com equipamento de proteção, máscara e luvas" e colaborou com a força de segurança, "aceitando regressar sem qualquer tipo de resistência".
Ainda no domingo, junto à Casa das Marés, o Cometlis da PSP confirmou à Lusa uma concentração de "cerca de duas dezenas de populares" em protesto contra a presença de refugiados infetados na zona.
Em comunicado a Câmara Municipal de Loures afirma ser "totalmente alheia à decisão de colocação de cinco cidadãos requerentes de asilo numa habitação na Mealhada, freguesia de Loures".
De acordo com a autarquia o presidente da autarquia foi "informado dessa operação na quinta feira por volta das 20 horas, quando estava já a ser iniciado o transporte destes cidadãos da base militar da Ota para Loures; a habitação em causa está à responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, não tendo existido, nem sido solicitado, qualquer acompanhamento do município".
No comunicado pode ler-se que as ocorrências deste fim de semana na Mealhada "assumem gravidade não porque os cidadãos sejam requerentes de asilo, mas porque sendo covid-19 positivo estão obrigados a respeitar a obrigação de confinamento". A autarquia indica ainda que durante o fim-de-semana foram realizadsa diligências junto das forças de segurança e do Governo para obter informação sobre a situação".
Em 20 de abril, foram colocados em quarentena na Base Aérea da Ota 171 cidadãos estrangeiros requerentes de asilo que estavam hospedados num 'hostel' em Lisboa, por a grande maioria ter testado positivo ao novo coronavírus (SARS-CoV-2).