Deu negativo o teste a médica que levou a isolar 50 pessoas nos Açores

Deu resultado negativo o teste efetuado a uma mulher de 35 anos que era um caso suspeito de Covid-19 e estava em avaliação nos Açores, com o seu percurso desde o continente, onde reside, até ao arquipélago a ter sido analisado dado que esta médica esteve em contacto com um caso confirmado, nos dias 27 e 28 de fevereiro, no norte do país. Por isso, e tendo em conta que deu consultas durante três dias no Pico e em São Jorge, todas as pessoas com quem a profissional de saúde contactou foram colocadas em isolamento social por prevenção, com as autoridades de saúde a entrarem em contacto com os utentes que estiveram nas consultas e com todos os seus contactos próximos. Foram cerca de 50 pessoas que estiveram em isolamento social.

"A Autoridade Regional de Saúde informa que o caso suspeito de infeção pelo novo coronavírus COVID-19 nos Açores, uma profissional de saúde, de 35 anos, residente em Portugal continental, que esteve em contacto com um caso confirmado, nos dias 27 e 28 de fevereiro, no norte do país, teve resultado negativo após realização de análises laboratoriais", diz o comunicado emitido esta sexta-feira (6 de março).

Na Região Autónoma dos Açores, até à data, foram identificados três casos suspeitos, todos com resultados negativos nas análises laboratoriais.

Antes a situação originou uma reação rápida das autoridades de saúde e da operadora de transporte marítimo Atlânticoline, já que a médica viajou num dos ferries da companhia. O alívio chegou esta sexta-feira com a confirmação que a profissional de saúde não está infetada, permitindo findar o isolamento social. No comunicado divulgado na quinta-feira era traçado o cenário. A "doente apresenta situação clínica estável e, na sequência de contacto com a Linha de Saúde Açores, foi transportada para o Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira", referiu um comunicado do governo regional. A nota explica que trata-se de uma profissional de saúde, que realizou consultas, nos dias 2, 3 e 4 de março nas Unidades de Saúde de Ilha de São Jorge e do Pico. Foram cerca de 50 pessoas que foram aconselhadas a isolamento social até se conhecerem os resultados dos testes. O convívio da mulher com um infetado levou a uma maior exigência na verificação do caso e de possível focos de contágio.

A mulher de 35 anos realizou no dia 2 de março (terça-feira) uma viagem aérea com ligação Porto/Lisboa, Lisboa/Terceira, Terceira/São Jorge. Os voos são os seguintes: Voo TAP Porto/Lisboa TP 1933 (07H00) viajou no lugar 26 B; Voo TAP Lisboa/Terceira TP 1823 (09H30) viajou no lugar inicial 37 B, trocou depois para 37 C; Voo SATA Terceira/São Jorge SP 612 (11H50) viajou num lugar de janela do lado direito, junto à asa.

Na quinta-feira, 4 de março, realizou uma viagem entre as Velas de São Jorge e a Madalena do Pico, a bordo do barco "Mestre Jaime Feijó", no "piso 1, ao lado do bar esquerdo, 4.ª ou 5.ª fila a contar da entrada". Também aqui a Autoridade Regional de Saúde pediu a todas as pessoas que possam ter realizado esses percursos nos mesmos dias que contactassem a Linha de Saúde Açores - 808 24 60 24.

A Atlânticoline, operadora das embarcações de transporte nos Açores, anunciou no Facebook que "acionou o Plano de Contingência desenvolvido para o efeito" e colocou os colaboradores que trabalhavam no ferryboat em isolamento social.

"Logo que a empresa foi informada desta ocorrência, o que aconteceu ao início da tarde de hoje [quinta-feira], foi efetuada uma desinfeção completa ao navio, com a supervisão do Hospital da Horta. A desinfeção decorreu ao fim da tarde, tendo a última viagem da Linha Azul sido realizada com a embarcação "Cruzeiro das Ilhas" enquanto o procedimento decorria. Neste momento, o ferry já se encontra novamente operacional para realizar as próximas viagens", lê-se na nota informativa da empresa açoriana.

Esta sexta-feira, a empresa anunciou que os colaboradores já terminaram o isolamento social. A empresa afirma que irá recolher o nome e contactos de todos os passageiros.

"No âmbito do plano de contingência da empresa para possíveis casos de infeção, e atendendo ao gradual aumento de casos confirmados, a Atlânticoline irá manter a obrigatoriedade da recolha dos nomes e contactos telefónicos dos passageiros em todas as viagens. Trata-se de uma medida preventiva, para que a empresa possa estar em condições de, na eventualidade de tal ser necessário, colaborar com as autoridades de saúde no rastreamento de um potencial contágio. Como tal, a Atlânticoline apela à compreensão dos passageiros para a importância que o cumprimento deste procedimento poderá vir a ter para a Saúde Pública, solicitando a melhor colaboração de todos", lê-se na nota.

A Autoridade Regional de Saúde dos Açores reitera que, em caso de sintomas, não se deve procurar um hospital ou unidade de saúde, mas antes ligar para a Linha de Saúde Açores - 808 246 024.