Covid-19. Quais os serviços encerrados e condicionados em Portugal?
Da saúde à educação, o surto de Covid-19 está a motivar, desde a semana passada, o encerramento e condicionamento do acesso a serviços públicos em Portugal. Saiba quais.
Na educação, a Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou no domingo o encerramento de todas as escolas dos concelhos de Lousada e Felgueiras, no distrito do Porto. Em Portimão (distrito de Faro), dois estabelecimentos de ensino estão fechados: a Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, onde uma aluna foi diagnosticada com covid-19, e a Escola Básica Professor José Buisel, onde leciona a mãe da aluna doente, também infetada. A Escola Secundária da Amadora, no distrito de Lisboa, e a Escola Básica 2,3 Roque Gameiro, no mesmo concelho, estão encerradas até 20 de março, depois de identificados dois novos casos de covid-19.
No ensino superior, o governo ordenou o fecho das portas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) até 20 de março. A Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico do Porto fechou esta segunda-feira por tempo indeterminado "todas as instalações onde decorrem aulas", incluindo Amarante e Penafiel, no distrito do Porto, além de Felgueiras e Lousada. Uma medida que se alarga às aulas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) estão suspensas e todos os seus estudantes estão interditados de circular no edifício do Hospital de São João. Todas as faculdades de medicina do país estão recomendadas pelo Conselho Nacional de Escolas Médicas a fechar, de forma a evitar o contacto de alunos e médicos com doentes.
Outras instituições de ensino superior decidiram prevenir-se e fechar as portas de forma voluntária, como é o caso da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU).
Também como medida preventiva, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, decidiu suspender eventos e atividades desportivas da responsabilidade da academia, bem como as deslocações em serviço para países afetados pelo surto de covid-19.
Ainda cerca de 90 estudantes da Universidade do Minho (UM) estão em quarentena profilática voluntária nas residências da academia em Braga, por terem estado em contacto com um aluno infetado com o novo coronavírus.
A Universidade dos Açores (com polos em São Miguel, Terceira e Faial) decidiu esta segunda-feira adiar por "tempo indeterminado ou cancelar" os "congressos, workshops, seminários ou outros eventos públicos científicos ou culturais" em espaços da instituição. A academia proibiu a entrada nas residências universitárias a qualquer pessoa que se desloque para o arquipélago proveniente de outros países e regiões sem que tenha cumprido um período de quarentena.
Também o Instituto Politécnico de Viana do Castelo suspendeu a edição 2020 do evento Cimeira IPVC e adiou a feira do emprego, que decorria em simultâneo, no dia 18, e que previa a participação de mais de dez mil visitantes.
O Instituto de Estudos Superiores de Fafe fechou as instalações e suspendeu atividades presenciais pelo menos por duas semanas, por razões preventivas, numa medida que abrange 900 alunos.
As visitas a hospitais e lares da região Norte foram suspensas temporariamente, conforme anunciou no sábado a ministra da Saúde. A Direção Regional da Saúde dos Açores recomendou também esta segunda-feira a restrição do número de visitas em unidades de cuidados continuados integrados, estruturas residenciais para idosos e casas de saúde, como medidas de prevenção.
O Hospital do Espírito Santo de Évora, por exemplo, limitou o número de visitas aos doentes internados e de acompanhantes nas urgências e consultas externas: além do acompanhante, os doentes internados "poderão receber uma visita, durante 30 minutos", todos os dias entre as 15:00 e as 16:30 e entre as 19:00 e as 20:00. Na obstetrícia, é permitida a presença do acompanhante, mas não se realizam visitas.
Já o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra restringiu em fevereiro os horários e os acessos das visitas aos doentes. O tempo de visitas foi limitado ao período entre as 15:00 e as 16:00 e entre as 19:00 as 19:30 e limitado a um visitante por doente.
O Governo suspendeu as Juntas Médicas de Avaliação de Incapacidade, permitindo que os médicos de saúde pública se dediquem ao surto.
O Programa Integrado de Apoio à Comunidade de Matosinhos foi encerrado em 6 de março, ficando os 19 profissionais de saúde que ali trabalham em isolamento domiciliário.
Além dos hospitais, também os estabelecimentos prisionais da região Norte suspenderam temporariamente as visitas devido à epidemia covid-19. Em todo o país, estão suspensas, a partir desta segunda-feira, as visitas aos fins de semana nas prisões, devendo estas ter lugar em dias úteis e limitadas a um máximo de dois visitantes por recluso.
As sessões de formação presencial no âmbito dos estágios de advocacia no Porto e em Guimarães, que envolvem 488 licenciados em Direito, estão suspensas por tempo indeterminado por razões "meramente preventivas".
A Comarca da Madeira pediu aos cidadãos para que só se desloquem aos tribunais se forem convocados para diligências ou por motivo "absolutamente inadiável".
A Câmara de Felgueiras decidiu encerrar os serviços municipais de acesso ao público, exceto os Paços do Concelho, suspendeu as feiras semanais de Felgueiras e da Lixa e cancelou todos os eventos por um mês. Também a Câmara de Lousada tem esta segunda-feira os Paços do Concelho a funcionar em regime de serviços mínimos e apelou à população para só se dirigir ao local em caso de urgência.
A União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória, que abrange a zona história e de diversão noturna do Porto, encerrou todos os seus serviços até à próxima quinta-feira como "medida pró-ativa de prevenção". Ainda no Porto, a autarquia decidiu suspender atividades com saída de transporte e atividades extracurriculares nas escolas, e adiou as atividades camarárias que não são urgentes, como visitas e deslocações.
A Câmara de Portimão anunciou esta segunda-feira o encerramento preventivo dos equipamentos culturais e desportivos sob a sua gestão até 31 de março, por indicação da delegada de saúde pública. A medida abrange o teatro, museu e biblioteca municipais, o Portimão Arena, os pavilhões desportivos, as piscinas municipais de Portimão, Alvor e Mexilhoeira Grande e os campos de ténis do concelho.
A Direção-Geral de Saúde anunciou no domingo a suspensão de atividades em todos os estabelecimentos de lazer ou culturais nos concelhos de Lousada e Felgueiras, no distrito do Porto. Por precaução,