O Zoomarine em Albufeira reabriu a 10 junho com uma redução de um terço da sua lotação, de nove mil para três mil visitantes, o Slide & Splash em Lagoa com uma redução para metade dos habituais 4 200, enquanto o Aquashow na Quarteira e o Aqualand em Alcantarilha, concelho de Silves, anunciaram que só irão reabrir em 2021..Para um melhor controlo do público, as duas estruturas que optaram por abrir adotaram uma venda preferencialmente online e com um registo obrigatório, que lhes permite saber antecipadamente quantos visitantes terá o parque e, assim, fazer a gestão dos espaços..Na abertura de portas do Zoomarine costuma haver uma longa fila com várias centenas de pessoas, que procuram desfrutar ao máximo o dia no parque, mas no sábado, a Lusa constatou que foram pouco mais de uma centena os que faziam fila para serem os primeiros a entrar.."Reabrimos com uma autolimitação de 30% e infelizmente nem esse valor está a ser ocupado. Neste momento, nem 10% são usados", lamentou o diretor de Relações Externas do Zoomarine..Traduzido em números, tem havido uma média de 400 visitantes diários quando o ano passado visitavam o parque "à volta de 6 mil" em julho, chegando "alguns dias de agosto aos nove mil", adiantou Élio Vicente..Para o biólogo marinho, este ano será "terrível do ponto de visto financeiro", e até "compensaria ficar fechado", mas a obrigação "ética, zoológica e social, tem de ser honrada", defendeu..O parque abriu para a temporada de 2020 no início de março, mas optou por encerrar uma semana depois, ainda antes do anúncio do Governo no âmbito das medidas para a prevenção da pandemia de covid-19. As portas só voltaram a reabrir em 10 de junho, quando foi garantido o cumprimento das regras das autoridades de saúde.."Diminuímos a capacidade do parque para 30% e do parque aquático para 50%. Nos estádios fizemos a marcação dos lugares para que as pessoas possam facilmente identificar onde se podem sentar, aumentámos a higienização, fizemos a marcação do piso para que circulem sempre pelo lado direito e criamos ruas com sentido único", realçou Natália Neves, diretora operacional do parque..Ainda assim, a reabertura tem acontecido por áreas, "primeiro com zona zoológica, o cinema 4D e o aquário", depois as "áreas aquáticas" e, na semana que passou, houve autorização para a abertura dos equipamentos mecânicos, que "se deve iniciar até ao próximo fim de semana e que será feita de forma faseada", adiantou a responsável..Equilíbrio entre a segurança e o divertimento.Para Élio Vicente é importante que os visitantes possam continuar a sentir os "momentos especiais" no parque, mas realçou que este ano "é necessário haver um equilibro entre a segurança e saber como o divertimento não coloca em risco as pessoas à volta"..A pouca afluência de visitantes é notória ao longo de um passeio pelo parque, reflexo de uma diminuição nos turistas no Algarve, nomeadamente britânicos, que contabilizam metade dos visitantes do espaço, e Élio Vicente reconheceu que este ano vão continuar a apostar nos portugueses, "o público principal no período do verão"..A cerca de 20 quilómetros, em Estombar, no concelho de Lagoa, o Slide & Splash reabriu as portas em 29 de junho, mas com a necessária adaptação à nova realidade, numa preocupação que se estende a visitantes e funcionários.."Tivemos que preparar o parque para o distanciamento social, a etiqueta respiratória e a proteção, essencialmente dos nossos funcionários, que nos próximos meses vão estar em contacto com milhares de pessoas", afirmou à Lusa o diretor do Slide & Splash..Reconhecendo que este será um ano difícil, Paulo Santinha revelou que o objetivo desta temporada não será "ganhar dinheiro" mas sim "colocar o equipamento a funcionar e disponibilizá-lo aos clientes", para além da componente social, para "com os 50 trabalhadores que estiveram em regime de 'lay-off'" ou os "150 contratados sazonalmente todos os anos"..As medidas de segurança são visíveis logo à entrada, quer pela sinalização do distanciamento no pavimento, os dispensadores de álcool gel ou a obrigação do uso de máscara nos espaços fechados, mas também na forma como são geridos os vários espaços relvados..Nos vários relvados estão desenhados quadrados para auxiliar ao distanciamento social e há uma "indicação da sua lotação", e o parque faz a orientação dos visitantes "para as zonas menos ocupadas"..À espera de dias melhores.Apesar da redução na lotação e a exclusão de Portugal da lista de destinos seguros por parte de alguns países europeus, o responsável mostrou-se otimista com o crescimento verificado em julho e espera ainda chegar aos 2 100 visitantes.."Nos primeiros dias tivemos uma média de 400, 500 pessoas a visitar o parque, agora já vamos nas 900 e prevemos que durante o mês de agosto consigamos em alguns dias atingir a nossa capacidade máxima", anunciou Paulo Santinha..Com um registo de 350 mil visitantes entre 1 de abril e 31 de outubro, o responsável revelou que se este ano atingir os 100 mil "será muito bom", número que permitirá "pagar os custos" e "recorrer o mínimo possível a financiamento bancário"..Por realizar ficou a expansão do parque, cujo investimento "já tinha sido realizado", mas que a pandemia de covid-19 "obrigou a um adiamento para 2021", concluiu..O setor do turismo foi dos mais afetados desde o início da pandemia e agravou-se agora mais no Algarve, na época alta, depois de vários países obrigarem os seus cidadãos a um período de quarentena se viajarem para Portugal..Os empresários algarvios revelam quebras de atividade das empresas dos diferentes setores na ordem dos 70% a 90% e o desemprego na região cresceu em maio mais de 200% em relação ao mesmo período de 2019.