Crédito garantido por penhor cresce à boleia da valorização do ouro
D.R.

Crédito garantido por penhor cresce à boleia da valorização do ouro

O Crédito Económico Popular assegurou um aumento de 18% no volume de empréstimos até setembro. A larga maioria está garantida por ouro, metal precioso que já valorizou 41% desde o início do ano.
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O Crédito Económico Popular (CEP), entidade especializada em empréstimos garantidos por penhor de objetos de ouro, prata e joias, registou um volume de crédito em carteira de 19,2 milhões de euros a 30 de setembro, valor que representa um crescimento de 18% face ao mesmo período de 2024. Nessa mesma data, contabilizou 16.439 contratos ativos, uma subida homóloga de 2,3%. No fim de setembro, o prestamista respondia por uma carteira de 32 382 clientes, mais 4%. Esta performance “reflete a crescente confiança dos portugueses no penhor como alternativa de liquidez imediata”, justifica Isabel Teixeira, diretora geral do CEP. E também a confiança de famílias e pequenos negócios neste modelo para obterem um fundo de maneio, beneficiando da “constante valorização do ouro e da prata”, sublinha.

Segundo a responsável, o ouro representa a fatia mais significativa da carteira de crédito do CEP. Este metal, que desde o início do ano valorizou mais de 41%, é responsável pela maioria dos contratos e do valor emprestado pelo CEP. “O crédito em aberto está baseado em ouro numa percentagem de 98%” e os restantes 2% são constituídos por prata, joias e, mais recentemente, relógios, revela Isabel Teixeira. Como adianta, o CEP tem vindo a diversificar a oferta sobre penhores para incluir “relógios de alto valor e joias de marca, acompanhando as novas tendências e necessidades dos clientes”.

No CEP, os empréstimos sobre penhores são procurados por pessoas com uma idade média a rondar os 45-50 anos, desde particulares, pequenos empresários ou comerciantes, como resposta a imprevistos ou necessidades pontuais de tesouraria ou mesmo para aproveitar oportunidades para as quais não têm liquidez, diz. Estes clientes não querem “comprometer património nem recorrer ao endividamento tradicional”. Quem recorre ao CEP pretende “uma solução de crédito rápida, sem burocracia, segura e confidencial”, e evitar o registo na central de crédito do Banco de Portugal, afirma a gestora.

Isabel Teixeira garante que os níveis de incumprimento dos clientes são diminutos. Em situações em que a duração da mora e o valor em dívida face ao da garantia ultrapassou os requisitos contratualizados, o CEP coloca a leilão as peças empenhadas. Neste momento, não há “nenhum leilão” agendado. Para a responsável, o modelo de penhor “previne o sobre-endividamento”, na medida em que o montante do empréstimo nunca excede o valor do bem dado como garantia. Como afirma, “sempre que há dificuldades, privilegiamos uma abordagem personalizada e flexível, ajustando condições de pagamento para ajudar o cliente a regularizar a situação e recuperar o seu bem”.

O CEP tem atualmente 16 agências espalhadas pelo país e quer continuar a expandir a rede física. Afinal, “o negócio de crédito garantido por penhor apresenta elevado potencial de crescimento, como comprovam os resultados do último ano”, sublinha Isabel Teixeira. A responsável defende que é uma “alternativa flexível, segura e transparente ao crédito tradicional” e, cada vez mais, “valorizada por famílias e pequenos empresários, sobretudo num contexto económico de maior exigência”. A gestora salienta as facilidades do sistema: “É possível obter crédito no mesmo dia, sem averiguações patrimoniais alargadas ou avaliação de solvabilidade, sem fiadores”. A taxa é “melhor que a taxa máxima dos cartões de crédito” e para obter o empréstimo sobre penhores é apenas necessário documento de identificação pessoal e metais preciosos.

Isabel Teixeira lembra ainda que o negócio de crédito garantido por penhor em Portugal é regulado pelo Banco de Portugal e enquadra-se nas atividades de crédito garantido. Está sujeito à legislação nacional e europeia que regula o crédito, às regras de prevenção de branqueamento de capitais, bem como a normas rigorosas de avaliação, guarda, segurança e gestão dos bens empenhados.

O CEP foi adquirido há um ano pelos italianos da Kruso Kapital. Este grupo tem sede em Milão e está cotado no segmento Euronext Growth Milan da bolsa de valores de Itália. Para além de Portugal, está presente no país de origem e na Grécia, onde opera com a marca ProntoPegno.

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