Itália fecha discotecas e impõe uso de máscara à noite em locais públicos

Ministro da saúde assinou decreto que torna obrigatório o uso da máscara entre as 18.00 horas e as 6.00 da madrugada em locais públicos onde se "formam grupos"

O governo italiano anunciou neste domingo o fecho das discotecas e a obrigação do uso de máscara à noite em locais públicos, para evitar uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus.

O ministro da Saúde, Roberto Speranza, assinou um decreto que entrará em vigor na segunda-feira e que torna obrigatório o uso da máscara entre as 18.00h e as 6.00h em locais públicos onde se "formam grupos".

O decreto também suspende o funcionamento das discotecas, ao ar livre ou em espaços fechados.

"Estão suspensas as atividades de dança, ao ar livre ou no interior, que decorram em discotecas, salões de dança e espaços semelhantes destinados à animação, ou que decorram em balneários, praias, zonas comuns de alojamentos ou outros locais abertos ao público", diz a portaria assinada por Speranza: "Estamos a dar um sinal ao país de que o alerta deve continuar elevado."

A medida permanecerá em vigor pelo menos até 7 de setembro e foi anunciada após várias divergências entre o governo central e as autoridades regionais a respeito das restrições que deveriam ser aplicadas no setor de lazer noturno, que emprega quase 50 mil pessoas.

A decisão foi tomada durante o chamado "Ferragosto", o fim de semana de 15 de agosto, o momento em que mais italianos estão de férias e frequentam as praias.

A imprensa publicou nos últimos dias imagens de vários grupos de jovens a dançar em discotecas ao ar livre, ignorando as advertências das autoridades de saúde, preocupadas com o aumento dos casos de coronavírus.

479 novos casos nas últimas 24 horas

A Itália registou 479 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, um número inferior ao dos dias interiores, mas que se pode justificar pela diminuição dos testes realizados, avança a EFE.

Depois de ter registado, este sábado, 626 novos diagnósticos de covid-19, numa semana em que se registaram números superiores ou próximos de 500 casos por dia, a Itália observa este domingo uma diminuição nos casos diários, com 479.

Sobe, assim, para 253.915 o total de casos registados no país desde a pandemia.

O número de mortes diárias também diminuiu face aos últimos dias, registando-se quatro mortes, elevando para 35.396 o número total de mortes devido à covid-19.

Enquanto durante a primeira onda da pandemia e nos meses de confinamento a região italiana mais afetada foi a Lombardia, nos últimos dias a maior incidência de novos casos está em Veneto, uma região no norte do país, cuja capital é Veneza.

Véneto registou, nas últimas 24 horas, mais 78 casos, seguindo-se a região de Lácio, com capital em Roma, com 68 novos casos.

Segundo as autoridades italianas a origem dos novos contágios está associada à chegada de turistas ao país, a italianos que regressam de férias no estrangeiro e a atividades de lazer noturnas.

Nos aeroportos de Fiumicino e Ciampino, ambos em Roma, começam este domingo a funcionar as zonas de testagem à covid-19 para passageiros que venham de países "de risco".

Desde o dia 13 de agosto que as autoridades de saúde estão a controlar todas as pessoas que chegam de Espanha, Malta, Grécia, Croácia, considerados destinos de risco.

O Ministério da Saúde italiano decretou na passada quarta-feira a obrigação de realizar testes de despiste à covid-19 nas 48 horas seguintes à chegada a Itália a todos os que vêm destes quatro países, se não tiverem feito nenhum teste nas 72 horas anteriores ao regresso.

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