China acusa Trump de "espalhar vírus político"
A China acusou Donald Trump de espalhar um "vírus político" na Assembleia Geral das Nações Unidas, depois de o líder dos EUA ter feito um duro ataque a Pequim por causa da pandemia de Covid-19. Xi Jinping não quer uma "nem uma guerra fria nem uma guerra quente"
"Quando a comunidade internacional está a lutar arduamente contra a Covid-19, os Estados Unidos preferem espalhar um vírus político aqui na Assembleia Geral", disse o embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, ao media presentes.
Relacionados
"Devo enfatizar que o barulho dos EUA é incompatível com a atmosfera geral da Assembleia Geral", acrescentou Jun.
Trump, num discurso prévio ao arranque da Assembleia Geral da ONU, atacou Pequim sobre o que voltou a chamar de "vírus da China", criticando a forma como as autoridades chinesas lidaram com a fase inicial da pandemia de covid-19
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Durante a 75ª Assembleia Geral da ONU, que está a ser realizada virtualmente devido à pandemia, Trump incentivou o organismo mundial "a responsabilizar a China" pelas suas ações relacionadas com o surto.
Por outro lado, o presidente da China, Xi Jinping, deu um tom conciliador ao seu discurso virtual pré-gravado, pedindo uma cooperação reforçada sobre a pandemia e enfatizando que a China não tinha intenção de lutar "nem na Guerra Fria nem na quente" com qualquer outro país.
Trump, que viu esta terça-feira os EUA ultrapassarem a fasquia dos 200 mil mortos pela pandemia, e que enfrenta uma batalha de reeleição em novembro, concentrou o seu discurso no ataque à China, a quem tem procurado repetidamente culpar pela pandemia.
O líder norte-americano acusou Pequim de permitir que as pessoas deixassem a China nos estágios iniciais do surto para infetar o mundo, enquanto fechava as viagens domésticas. "O governo chinês e a Organização Mundial da Saúde - que é virtualmente controlada pela China - declararam falsamente que não havia evidências de transmissão de pessoa para pessoa", disse.
"Mais tarde, eles disseram falsamente que pessoas sem sintomas não espalhariam a doença ... As Nações Unidas devem responsabilizar a China pelas suas ações", reforçou.