Alemães e suiços protestam contra as medidas de restrição

Os protestos contra as restrições impostas pelo governo alemão para combater a pandemia de covid-19, que, no dia 1 de maio, levaram à detenção de vários manifestantes em diversas cidades alemãs, repetiram-se esta tarde. Na Suíça também saíram à rua centenas de pessoas contra o confinamento.
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Apesar de a generalidade da população alemã aprovar a gestão da pandemia levada a cabo pelo governo de Angela Merkel, milhares de pessoas continuam a sair à rua em protesto contra as restrições impostas pelo governo federal para combater o novo coronavírus.

O dia 1 de maio, Dia do Trabalhador, foi aproveitado para manifestar a discordância em relação às medidas do governo consideradas um atentado aos direitos constitucionais e levou mesmo a tumultos e detenção de manifestantes, a maioria dos quais, segundo o jornal El País, militantes de extrema-direita e de extrema-esquerda, a quem se juntaram ativistas anti-vacinas, adeptos de teorias da conspiração e grupos esotéricos.

Este sábado, uma semana depois, a cena repetiu-se em várias cidades alemães como Berlim, Estugarda, Frankfurt ou Munique, apesar de o país já ter entrado em fase de desconfinamento e Angela Merkel ter anunciado a reabertura de lojas, o regresso gradual às aulas, a possibilidade de visitas aos lares de idosos ou o retomar dos jogos de futebol da primeira liga.

A Alemanha é o sétimo país com mais infeções por covid-19, mas em termos relativos tem conseguido manter baixo o número de mortos, tem vindo a manter constante a diminuição de novos casos e está a levantar gradualmente as medidas de restrição e proteção impostas. Com 170,876 casos confirmados, tem 7510 óbitos, enquanto França, ali ao lado, já soma 26.230 mortes entre os 176,079 casos confirmados.

Na Suíça, também saíram hoje à rua centenas de pessoas para se manifestarem em frente ao parlamento de Berna e noutras cidades da Suíça para protestar contra as restrições impostas pelas autoridades, noticia a agência Keystone-ATS.

A Suíça, que registou mais de 1.500 mortos e cerca de 30 mil pessoas contaminadas, começou a aligeirar as medidas de confinamento autorizando, há duas semanas, a abertura de cabeleireiros e floristas.

A partir de segunda-feira, as escolas, restaurantes, museus e livrarias vão seguir-lhes os passos, mas com condições específicas. Os ajuntamentos com mais de cinco pessoas continuam interditos.

Os manifestantes, que envergavam cartazes em que se podia ler, entre outros, "sem medidas de confinamento a Suécia tem os mesmos resultados que a Suíça", consideram que as restrições em vigor violam os seus direitos fundamentais, motivo pelo qual vaiaram hoje as forças policiais que procuravam controlar os protestos.

Entre 100 a 200 pessoas juntaram-se igualmente em Zurique e cerca de 80 em Saint-Gallen, em ações de protesto distintas das de Berna.

A Suíça entrou em confinamento em meados de março, ordenando o encerramento das escolas e dos estabelecimentos comerciais considerados não essenciais.

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