AM de Lisboa prolonga gratuitidade dos transportes públicos para idosos até 2029
FOTO: Reinaldo Rodrigues

AM de Lisboa prolonga gratuitidade dos transportes públicos para idosos até 2029

Proposta de adenda ao acordo de transportes públicos gratuitos foi aprovada na Assembleia Municipal com os votos a favor de PS, Livre, BE, PCP, PEV, PAN, PSD, CDS-PP e Chega e com a abstenção da IL.
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A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta terça-feira, 26 de dezembro, com a abstenção da IL, o prolongamento da gratuitidade do título Navegante Urbano 3.ª Idade, válido na rede urbana da Carris e nas redes urbanas do Metropolitano e da CP, até 2029.

Subscrita pelo vice-presidente da Câmara de Lisboa, Gonçalo Reis (PSD), que tem os pelouros das Finanças e da Mobilidade, a proposta de adenda ao acordo de transportes públicos gratuitos na cidade foi aprovada na Assembleia Municipal com os votos a favor da maioria, nomeadamente PS, Livre, BE, PCP, PEV, PAN, PSD, CDS-PP e Chega, e com a abstenção da IL.

No executivo municipal, que é liderado por PSD/CDS-PP/IL, sob presidência de Carlos Moedas (PSD), a proposta foi aprovada por unanimidade, inclusive com os votos a favor da IL.

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Justificando a abstenção na Assembleia Municipal, o deputado da IL Pedro Bugarin disse que “a idade não é, não pode ser, não constitui nunca um critério de atribuição de benefício social ou outro semelhante”, porque “não define a capacidade económica de ninguém, pelo que é um critério socialmente injusto”.

Pedro Bugarin referiu ainda que a IL se abstém para “manter a coerência” relativamente ao sentido de voto que o partido teve em 2022, quando foi aprovada a proposta de transportes públicos gratuitos na cidade.

Em 2022, a Câmara de Lisboa implementou a medida de transportes públicos gratuitos na cidade para jovens e idosos, através de um acordo com a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), que vigora até 31 de dezembro de 2025, com uma despesa anual de até 14,9 milhões de euros (ME).

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A proposta de adenda ao acordo com a TML, até 2029, incide apenas nos cidadãos com mais de 65 anos, uma vez que a generalização da gratuitidade para jovens, de âmbito nacional e metropolitano, desde dezembro de 2024, levou à cessação da necessidade de manter esse benefício pelo município.

Assim, a adenda ao acordo terá uma despesa anual de até 8,5 ME, segundo a proposta da câmara quanto à gratuitidade do título Navegante Urbano 3.ª Idade, com domicílio fiscal em Lisboa.

O deputado do PS Luís Coelho considerou que a câmara podia “ir mais além” e estudar a implementação do alargamento da gratuitidade do transporte público a todos os residentes na cidade, a partir de 2027, tal como propôs a vereação socialista, mas o executivo municipal rejeitou, com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP/IL.

Em resposta, o vice-presidente da câmara defendeu que o prolongamento da gratuitidade dos transportes para os idosos, além dos jovens, “é uma solução equilibrada”, e considerou que não é adequada a extensão da gratuitidade a toda a população, referindo que até ficou surpreendido com a proposta do PS, apesar de ter sido um compromisso eleitoral da coligação PS/Livre/BE/PAN, encabeçada pela socialista Alexandra Leitão.

Gonçalo Reis defendeu o conceito de “utilizador-pagador”, para que o município tenha capacidade de investir, aumentar a oferta e melhorar a qualidade do serviço de transportes públicos.

“A política da gratuitidade total é uma política com boas intenções, mas com maus resultados. A política certa em termos de transportes, de infraestrutura e de mobilidade é o aumento do investimento”, reforçou o vice-presidente, indicando que as referências apontadas pelo PS como as cidades de Tallinn, Dunkerque, Aubagne, Calais ou Niort não são de grandes capitais europeias.

No mandato 2025-2029, a Assembleia Municipal de Lisboa, que é constituída por um total de 75 deputados, tem 10 grupos municipais, respetivamente do PS (24), PSD (22), IL (seis), Chega (seis), PCP (cinco), CDS-PP (quatro), Livre (três), BE (dois), PEV (dois) e PAN (um).

Sob presidência do social-democrata Carlos Moedas, o executivo municipal, que é composto por 17 membros, integra oito eleitos da coligação PSD/CDS-PP/IL, que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta. Na oposição estão quatro vereadores do PS, dois do Chega, um do Livre, um do BE e um do PCP.

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