Zelensky: "Trump tem de agir para que Putin não volte a fazer uma guerra contra a Ucrânia"
Volodymyr Zelensky advertiu este domingo, em entrevista à televisão britânica ITV, que o plano de paz para a Ucrânia do seu homólogo norte-americano Donald Trump deverá garantir que a Rússia não voltará a atacar o seu país.
"Um conflito congelado conduzirá a mais agressões. Quem ganhará os prémios e ficará na história como o vencedor? Ninguém. Será uma derrota absoluta para todos, tanto para nós, o que é importante, como para Trump", alertou o presidente ucraniano, acrescentando que o líder dos EUA "não precisa apenas de acabar com a guerra".
"Trump tem de agir para que Putin não tenha hipóteses de voltar a fazer uma guerra contra nós. É isto o mais importante e todos devem reconhecer isso", acrescenta, não tendo dúvidas em dizer que se assim for, "seria uma vitória”.
Zelensky não descartou nesta entrevista a disponibilidade de iniciar conversações com a Rússia para alcançar o fim da guerra que se iniciou a 24 de fevereiro de 2022, mas para isso impõe condições. "Se eu tiver a certeza que os EUA e a União Europeia não nos abandonam e que nos apoiarão e darão garantias de segurança, estarei pronto para qualquer formato de conversações", assegurou, deixando uma certeza: "É impossível aproximar-me de Putin através de meios passos." Afinal, sublinhou, o presidente russo "não quer acabar com a guerra".
“Precisamos de garantias de segurança, de entendimentos para que Putin, ou alguém que vier depois dele, tenha a devida resposta se quiser matar ucranianos ou apoderar-se das nossas terras”, assumiu.
Sobre o facto de Putin rejeitar conversar com Zelensky por achar que não tem legitimidade devido ao facto de prolongar a sua permanência no cargo de presidente além do limite do seu mandato, o líder explicou que tal não faz qualquer sentido. "Para termos eleições teríamos de suspender a lei marcial e, se o fizéssemos, perderíamos o exército... Em princípio, os russos ficariam satisfeitos com isso. Mas a nossa capacidade militar e moral perder-se-iam”, defendeu, reafirmando a impossibilidade de se realizarem eleições na Ucrânia enquanto durar a guerra.