O presidente ucraniano deu uma conferência de imprensa em Kiev.
O presidente ucraniano deu uma conferência de imprensa em Kiev.Sergei SUPINSKY / AFP

Zelensky quer Rússia na próxima cimeira de paz

Presidente pretende ter plano de paz pronto em novembro. Qatar, Turquia e Canadá vão receber reuniões de preparação.
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta segunda-feira que a Rússia deve estar representada numa segunda cimeira com o objetivo de garantir uma paz duradoura com o Kremlin. Os dois lados têm evitado conversações de paz diretas desde que as negociações entre as delegações russa e ucraniana fracassaram nas primeiras semanas da invasão lançada por Moscovo, em fevereiro de 2022. Mas dezenas de líderes mundiais manifestaram apoio a uma resolução justa para os combates na Ucrânia depois de uma cimeira de alto nível convocada por Zelensky no mês passado na Suíça e para o qual a Rússia não foi convidada.

Numa conferência de imprensa em Kiev, após a sua visita aos Estados Unidos para a Cimeira da NATO, Zelensky abriu a porta para conversações diretas com Moscovo. “Acredito que os representantes russos deveriam estar na segunda cimeira”, afirmou Zelensky, descrevendo os preparativos para uma reunião de acompanhamento dos Aliados da Ucrânia - nesse sentido, anunciou encontros separados sobre questões-chave, incluindo energia, a serem realizados no Qatar e sobre segurança alimentar na Turquia antes de uma 2.ª cimeira.

Segundo Zelensky, haverá também uma reunião separada no Canadá sobre intercâmbio de prisioneiros e questões humanitárias. “Estabeleci a meta de que , em novembro, teremos um plano totalmente pronto”, disse.

Líderes de mais de 90 países reuniram-se na Suíça em junho para uma cimeira de dois dias dedicada ao conflito na Ucrânia. Na altura, o Kremlin declarou que quaisquer discussões sobre o fim do conflito que não incluíssem a Rússia eram “absurdas”. A China também não participou devido à ausência de Moscovo.

Zelensky quis deixar também claro que a Ucrânia não está a ser pressionada para entrar em negociações com a Rússia e que o apoio militar ou financeiro ocidental não está condicionado à realização de conversações com o Kremlin. Referiu ainda que os níveis de apoio do exterior permitem à Ucrânia resistir aos ataques russos, mas não lhe dão vantagem suficiente para “vencer”, sem dar mais detalhes.

Nos últimos meses, Volodymyr Zelensky tem apelado aos Aliados para que forneçam mais sistemas de defesa aérea. Na conferência de imprensa referiu que 25 baterias de defesa aérea Patriot ou similares seriam suficientes para defender a Ucrânia, mas recusou-se a dizer quantas já foram implantadas.

A possibilidade de Trump ser reeleito para a Casa Branca é algo que o presidente ucraniano disse não o preocupar, apesar das indicações de que poderá ser mais solidário com o Kremlin. “Acho que se Donald Trump se tornar presidente, trabalharemos juntos. Não estou preocupado com isso”, afirmou Zelensky.

ana.meireles@dn.pt

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