O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deve encontrar-se em Ancara com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, e só depois decidirá sobre os "próximos passos" nas negociações com a Rússia, revelou fonte ucraniana.
Segundo disse um alto funcionário ucraniano à AFP, Zelensky “começará a visita com Erdogan, em Ancara, e só então decidirá sobre os próximos passos".
Esta informação surge depois de os média estatais russos terem informado que a delegação de Moscovo já chegou a Istambul.
Mais de três anos após o início da invasão russa da Ucrânia, Kiev e Moscovo deverão hoje relançar, em Istambul, Turquia, as conversações de paz diretas, as primeiras desde a primavera de 2022.
Após o presidente russo, Vladimir Putin, ter proposto a realização de conversações em Istambul, o homólogo ucraniano desafiou-o a estar presente para negociar cara a cara, mas o Kremlin (presidência) confirmou na quarta-feira que nem Putin, nem o seu ministro dos Negócios Estrangeiros estarão presentes nas negociações.
Lusa
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Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos sobre as conversações entre as delegações russa e ucraniana, previstas para esta quinta-feira em Istambul, Turquia, três anos após as negociações que ocorreram em março de 2022.
Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, desafiou o homólogo russo a negociar cara a cara em Istambul, mas o Kremlin anunciou que Vladimir Putin não iria estar em Istambul.
No fim de semana, os aliados europeus da Ucrânia fizeram um apelo ao presidente russo para declarar um cessar-fogo de 30 dias, que teria início na passada segunda-feira. Na resposta, Putin disse que estava pronto para conversações diretas entre russos e ucranianos esta quinta-feira.
O presidente dos EUA está a ponderar ir à Turquia, país que recebe as conversações de paz entre as delegações ucraniana e russa, as primeiras desde a primavera de 2022.
"Se acontecesse alguma coisa, eu iria na sexta-feira, se fosse apropriado. Mas temos pessoas neste preciso momento a negociar", disse Donald Trump, em conferência de imprensa no Qatar.
"Espero que a Rússia e a Ucrânia consigam fazer algo, porque isto tem de acabar", sublinhou o presidente norte-americano.
Questionado sobre a ausência de Putin nas negociações em Istambul, Donald Trump não se mostrou surpreendido.
“Porque é que ele iria se eu não vou? Não pensei que fosse possível Putin ir se eu não estivesse lá”, disse.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, disse esta quinta-feira que o fim da guerra na Ucrânia pode ocorrer através da diplomacia.
"Não há solução militar para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Esta guerra não vai terminar com uma solução militar, mas sim com uma solução diplomática", afirmou Marco Rubio na cidade turca de Antália, onde decorre uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.
“O presidente dos EUA tem sido muito claro ao afirmar que quer que a guerra termine”, disse o secretário de Estado dos EUA. "Veremos o que acontece nos próximos dias a esse respeito, mas queremos ver progressos”, afirmou Rubio, citado pela agência estatal turca Anadolu.
A delegação de Moscovo está em Istambul e preparada para "trabalho sério" nas negociações de paz com a comitiva ucraniana, disse esta quinta-feira a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, segundo a imprensa internacional.
As conversações entre Rússia e Ucrânia não irão contar com Vladimir Putin, que foi desafiado pelo presidente ucraniano a estar em Istambul para negociações diretas entre os dois países, as primeiras desde março de 2022.
Perante a ausência do presidente russo, Volodymyr Zelensky deverá encontrar-se com o chefe de estado turco, Recep Tayyip Erdogan, e só depois decidirá sobre os "próximos passos" nas negociações com a Rússia, segundo revelou um alto funcionário ucraniano à AFP.
As conversações de paz entre as delegações de Kiev e Moscovo, as primeiras desde março de 2022, devem começar esta tarde, "por iniciativa da Turquia".
A informação foi revelada pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, de acordo com a BBC.
O presidente ucraniano acaba de chegar a Ancara, onde irá reunir-se com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan.
Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia está em contacto com a delegação dos EUA em relação às negociações com Moscovo, que devem começar esta tarde em Istambul.
“Irei decidir sobre os próximos passos depois de me encontrar com o presidente Erdogan”, afirmou.
Zelensky, citado pela Sky News, considerou que o nível da delegação russa enviada por Putin a Istambul era “decorativo” e que a comitiva ucraniana em Istambul estava a "tentar ser construtiva".
O presidente russo foi desafiado por Zelensky a estar nas conversações de paz em Istambul, mas o Kremlin confirmou que Putin não iria marcar presença.
Moscovo decidiu enviar para a Turquia uma delegação chefiada por Vladimir Medinsky, assessor de Putin, que liderou as primeiras rondas de negociações com a Ucrânia em 2022.
A necessidade de um cessar-fogo imediato e as negociações de paz para acabar com a guerra vão estar em destaque na reunião entre Zelensky e Erdogan, segundo o gabinete do presidente da Turquia.
O secretário-geral da NATO revelou estar "cautelosamente otimista" sobre a possibilidade de progressos nas negociações de paz entre Kiev e Moscovo, agendadas para esta quinta-feira.
Mark Rutte afirmou, no entanto, que cabe à Rússia dar os "próximos passos" para a paz.
"Continuo cautelosamente otimista de que, se os russos estiverem preparados para jogar o jogo, e não apenas os ucranianos... poderão ser feitos progressos nas próximas semanas”, afirmou Rutte na cidade turca de Antalya, que recebe uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.
"A Ucrânia está pronta para se comprometer com um cessar-fogo e com negociações imediatas. Isso é absolutamente claro. A bola está agora claramente do lado russo", vincou o secretário-geral da Aliança Atlântica, citado pela imprensa internacional.
O chefe da diplomacia da Rússia descreveu hoje o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como “patético” por ter exigido que o homólogo russo, Vladimir Putin, participasse pessoalmente nas conversações entre Kiev e Moscovo em Istambul.
“Zelensky disse que exigia que Putin fosse pessoalmente [a Istambul]. Bem, que pessoa patética”, comentou Serguei Lavrov num discurso aos diplomatas em Moscovo, transmitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Lavrov disse também que as capitais ocidentais não querem a paz na Ucrânia e estavam a discutir entre si que não poderiam admitir acabar com a mobilização da Europa contra a Rússia.
O Ocidente está a “meter-se em sarilhos” no confronto com Moscovo, afirmou, citado pela agência de notícias russa Ria Novosti.
Lavrov destacou em particular o Reino Unido, que disse estar a interferir no processo diplomático de resolução da situação na Ucrânia.
“Um conselheiro do primeiro-ministro britânico em matéria de segurança nacional já foi destacado para Zelensky, para que ele não diga nada desnecessário e acabe por enterrar a sua reputação e a reputação daqueles que o treinam”, afirmou.
O ministro sublinhou que a posição da Rússia é a de um acordo justo a longo prazo.
Disse que a diplomacia não é uma questão de adivinhar e gritar ao microfone, como afirmou ser prática de Zelensky, “mas sim de o fazer profissionalmente”.
Referiu também que a questão das capacidades militares de que a Ucrânia disporá está longe de estar resolvida.
Lavrov apelou para que se dê uma oportunidade às negociações de paz em Istambul, mas criticou a proposta de cessar-fogo defendida por Kiev e pelos aliados ocidentais, afirmando que só serviria para rearmar a Ucrânia.
“Devemos dar uma oportunidade às negociações, mas ninguém pode garantir que tudo correrá bem, sem problemas”, disse o ministro aos diplomatas, também citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Menos comedida nas palavras, a porta-voz de Lavrov, Maria Zakharova, chamou hoje “palhaço e falhado” a Zelensky por ter afirmado que a delegação russa enviada à Turquia era uma farsa.
“Quem usa a palavra ‘farsa’? Um palhaço? Um falhado? Uma pessoa sem qualquer tipo de formação”, afirmou Zakharova, durante uma conferência de imprensa em Moscovo, citada pela AFP.
“Mas quem é ele?”, acrescentou, referindo-se a Zelensky.
O presidente da Ucrânia, em conferência de imprensa em Ancara, na Turquia, disse que vai enviar uma delegação a Istambul liderada pelo seu ministro da Defesa, com a missão de negociar um cessar-fogo com a Rússia.
"A delegação americana está em Istambul, a reunião pode acontecer esta noite ou talvez aconteça amanhã", disse Volodymyr Zelensky.
Contudo, considera que Putin não tem intenções sérias de negociar a paz na Ucrânia, segundo o jornal The Guardian.
"Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, todos estão à espera do outro lado, do lado russo. É muito importante ter em mente a essência desta reunião, a ordem de trabalhos desta reunião", acrescentou.
As negociações, a avançar, contarão com representantes de Ucrânia, Rússia, Turquia e EUA.
Volodymyr Zelensky disse em Ancara que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan reconheceu a Crimeia como território ucraniano, algo que Zelensky descreveu como um "sinal muito importante" e "um sinal de apoio político".
A Crimeia está no centro das negociações para o fim da guerra. A península foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2014 e quer agora que a Ucrânia entregue oficialmente o território como parte de um acordo de paz.
Contudo, já por várias vezes Zelensky rejeitou essa ideia, sublinhando sempre que essa é uma linha vermelha e é contra a constituição ucraniana.
"A Crimeia faz parte do nosso Estado e a Turquia, graças a Deus, apoia esta posição e compreende-a", afirma disse na conferência de imprensa em Ancara. "Não reconheceremos todos os territórios da Ucrânia ocupados pela Rússia como território russo. Este é território ucraniano", disse.
Vladimir Medinsky, o conselheiro de Vladimir Putin que lidera a delegação russa nas negociações em Istambul, na Turquia, garante que a Rússia está "pronta" para discutir "possíveis compromissos" com a Ucrânia.
Medinsky contraria a ideia de Zelensky, segundo a qual a delegação russa é de "baixo escalão" e "decorativa", pois garante ser composta por "altos funcionários de todas as autoridades relevantes".
O chefe da delegação russa considera estas novas negociações como uma continuação do processo de paz iniciado em 2022, garantindo que há determinação para encontrar soluções e "pontos de contato" neste encontro em Istambul.
Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, revelou na Turquia, após participar de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) da NATO, que vai reunir-se amanhã com o MNE da Turquia e com uma delegação da Ucrânia em Istambul.
Rubio disse no entanto que os EUA "não têm grandes expectativas" para as negociações entre Ucrânia e Rússia. "Na minha avaliação, não acredito que tenhamos um avanço, pelo menos até que o presidente Trump e o presidente Putin interajam diretamente", disse.
Na sequência das críticas de Zelensky sobre o "nível baixo" da delegação enviada pela Rússia, Marco Rubio admitiu que este facto "não indica um avanço".
"Espero estar errado. Espero estar 100% errado. Espero que as notícias amanhã de manhã indiquem para um cessar-fogo", acrescentou, revelando que, assim que as negociações de Istambul forem concluídas, os EUA vão definir um cronograma para uma possível reunião entre Putin e Trump.
A agência russa TASS diz que a reunião entre as delegações russa e ucraniana, em Istambul, só deverá ocorrer esta sexta-feira e não hoje.
Onde vai estar Donald Trump no dia amanhã? Esta é a pergunta que a Casa Branca não consegue responder.
Com o adeus aos Emirados Árabes Unidos a aproximar-se, o próprio presidente dos Estados Unidos mostrou-se reservado quando desafiado a responder a essa pergunta. "Partiremos amanhã", disse.
"É quase um 'destino desconhecido'. Estamos a receber chamadas telefónicas a preguntar: 'Você pode vir aqui? Você pode ir ali?' Mas provavelmente voltaremos para Washington D.C.", revelou.