O primeiro-ministro britânico Keir Starmer recebeu Zelensky em Downing Street.
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer recebeu Zelensky em Downing Street.FOTO: EPA/TOLGA AKMEN

Zelensky anuncia que a Ucrânia recebe 1300 milhões de euros de ajuda militar via NATO

Presidente da Ucrânia esteve reunido com o primeiro-ministro britânico num dia em que Moscovo e Kiev trocaram 84 prisioneiros de guerra, na véspera da reunião entre Putin e Trump, no Alasca.
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A Ucrânia recebeu 1500 milhões de dólares (cerca de 1.284 milhões de euros, ao câmbio atual) da NATO através de um novo mecanismo para as necessidades militares prioritárias do país, anunciou esta quinta-feira, 14 de agosto, o presidente ucraniano.

“A nossa nova iniciativa de apoio à defesa (…), implementada em conjunto com os nossos parceiros, já está a dar resultados tangíveis”, disse Zelensky nas redes sociais, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Zelensky precisou que os Países Baixos contribuíram com 500 milhões de dólares (cerca de 427 milhões de euros), a Dinamarca, a Noruega e a Suécia com o mesmo valor em conjunto e, na quarta-feira, “a Alemanha acrescentou outros 500 milhões de dólares”. “Este é um mecanismo que realmente fortalece as nossas defesas”, comentou.

A iniciativa da Lista de Requisitos Prioritários da Ucrânia (PURL, na sigla em inglês) resultou de um acordo alcançado em julho entre Trump e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

Prevê que os aliados europeus e o Canadá contribuam para financiar pacotes periódicos de ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia, cada um no valor de 500 milhões de dólares.

Zelensky esteve na quarta-feira em Berlim, onde se reuniu com o chanceler Friedrich Merz, e participou em contactos de líderes europeus e da NATO com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-presidente JD Vance.

O líder ucraniano divulgou a mensagem sobre os apoios à defesa no âmbito da visita que efetua a Londres, onde se reuniu esta quinta-feira de manhã com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Zelensky e Starmer concordam na existência de uma "firme determinação em alcançar uma paz justa"

De acordo com Zelensky, tratou-se de uma "reunião produtiva", na qual foram abordadas as expectativas sobre o encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, agendado para esta sexta-feira, no Alasca.

"Também discutimos em pormenor as garantias de segurança que podem tornar a paz verdadeiramente duradoura, se os Estados Unidos conseguirem pressionar a Rússia a parar com as mortes e a envolver-se numa diplomacia genuína e substantiva", declarou o presidente ucraniano numa mensagem divulgada nas redes sociais.

Os líderes britânico e ucraniano falaram numa “firme determinação” em alcançar uma paz justa e duradoura na Ucrânia, disse um porta-voz do Governo do Reino Unido.

O porta-voz do executivo britânico disse num comunicado que Starmer e Zelensky “partilharam um pequeno almoço privado e conversaram sobre as reuniões de ontem [quarta-feira]”, por videoconferência, entre líderes europeus, da NATO, Trump e o vice-presidente JD Vance.

Starmer e Zelensky “concordaram que havia um forte sentimento de unidade e uma firme determinação em alcançar uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, afirmou a fonte oficial no comunicado, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Acrescentou que os dois falaram também sobre a cimeira de sexta-feira no Alasca, que consideraram representar “uma oportunidade viável para avançar, desde que Putin tome medidas para demonstrar o seu compromisso sério com a paz”

Starmer e Zelensky concordaram em manter-se em contacto próximo nos próximos dias, ainda segundo o porta-voz do primeiro-ministro britânico.

Moscovo e Kiev trocam 84 prisioneiros na véspera da cimeira Trump/Putin

A Rússia e a Ucrânia trocaram esta quinta-feira, 14 de agosto, 84 prisioneiros de guerra, anunciou o Ministério da Defesa russo, na véspera da reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.

“Oitenta e quatro militares russos regressaram do território controlado pelo regime de Kiev. Em contrapartida, 84 prisioneiros de guerra das forças armadas ucranianas foram entregues”, indicou o ministério russo, sem adiantar pormenores sobre a forma como o processo foi concretizado.

Civis libertados estavam detidos por Moscovo desde 2014, 2016 e 2017, diz Zelensky

"Quase todos eles necessitam de cuidados médicos e reabilitação significativa", disse o presidente ucraniano, dando conta que a nova troca de prisioneiros refere-se a militares, mas também a civis.

"Entre os civis libertados hoje estão aqueles que estavam detidos pelos russos desde 2014, 2016 e 2017", afirmou Zelensky, adiantando que entre os militares "estão os defensores de Mariupol". Estou grato a todos que nos ajudam a continuar a libertar os prisioneiros ucranianos", realçou numa mensagem divulgada nas redes sociais.

A troca de prisioneiros e de corpos de soldados mortos é uma das últimas áreas em que Moscovo e Kiev continuam a cooperar, três anos e meio após o início da ofensiva russa contra a Ucrânia.

Este ano, os dois lados já trocaram milhares de prisioneiros, ao abrigo de acordos alcançados em três rondas de negociações diretas realizadas em Istambul, entre maio e julho.

Estes intercâmbios constituem o único resultado concreto dessas reuniões. 

No último encontro neste formato, em julho, as duas delegações limitaram-se a constatar o “afastamento” das respetivas posições para pôr fim ao conflito.

A troca de hoje ocorre na véspera de uma reunião entre Putin e Trump, no Alasca, centrada sobretudo nas possibilidades de paz na Ucrânia, mas à partida sem a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensk

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