O presidente ucraniano acusou a Rússia de estar a preparar "novas ofensivas", a poucos dias do encontro entre os líderes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, marcado para esta sexta-feira, 15 de agosto, no Alasca.Volodymyr Zelensky, através das redes sociais, afirmou que, de acordo com os serviços de inteligência ucranianos, o presidente russo "não está a preparar-se para um cessar-fogo ou para o fim da guerra". "Putin está determinado apenas a apresentar uma reunião com os Estados Unidos como sua vitória pessoal e, em seguida, continuar a agir exatamente como antes, aplicando a mesma pressão sobre a Ucrânia", acusou Zelensky numa mensagem publicada, na segunda-feira, no X. De acordo com o presidente ucraniano, "até agora, não há qualquer indício de que os russos tenham recebido sinais para se prepararem para uma situação de pós-guerra". "Pelo contrário, [os russos] estão a redistribuir as suas tropas de forma a sugerir preparativos para novas operações ofensivas. Se alguém está a preparar-se para a paz, não é isso que faz", declarou. .Já esta terça-feira, 12 de agosto, Zelensky reforçou a acusação contra Moscovo, realçando a "determinação" de Donald Trump, deixando, no entanto, um alerta. "De facto, todos nós apoiamos a determinação do presidente Trump e, juntos, devemos definir posições que não permitam à Rússia enganar o mundo mais uma vez", argumentou. "Vemos que o exército russo não se prepara para pôr fim à guerra. Pelo contrário, estão a fazer movimentos que indicam preparativos para novas operações ofensivas. Em tais circunstâncias, é importante que a unidade do mundo não seja ameaçada", vincou numa publicação no Facebook, na qual agradeceu aos líderes europeus pelo "apoio claro" à "independência, integridade territorial" ucraniana.De recordar que o chanceler alemão, Friedrich Merz, convidou os presidentes dos EUA e da Ucrânia, o secretário-geral da NATO e vários líderes europeus para uma reunião virtual nesta quarta-feira (13 de agosto), dois dias antes da reunião entre Trump e Putin."As questões relacionadas com a segurança da Ucrânia e da Europa são discutidas por todos nós em conjunto. Qualquer decisão deve contribuir para as nossas capacidades conjuntas de segurança. E se a Rússia se recusar a parar com as mortes, deve ser responsabilizada", defendeu Zelensky..Rússia avança no leste a poucos dias da cimeira Putin-TrumpO exército ucraniano admitiu, entretanto, que as tropas russas avançaram rapidamente num setor estratégico da linha da frente no leste da Ucrânia.O Estado-Maior do exército ucraniano declarou esta terça-feira que estavam a decorrer combates em Kutcheriv Iar, uma pequena localidade que até há algumas semanas estava a vários quilómetros da linha da frente. Reconheceu, assim, o avanço das tropas russas na zona, segundo a AFP.Este avanço teve lugar a nordeste de Pokrovsk, uma cidade mineira e epicentro dos combates, na região oriental de Donetsk, cuja anexação é reivindicada por Moscovo.Num só dia, a Rússia avançou cerca de 10 quilómetros para norte, ao longo de uma estrada, segundo o site de análise militar DeepState, próximo do exército ucraniano, um ritmo muito mais rápido do que o habitual.Um mapa da frente, publicado pelo DeepState, mostra um estreito corredor agora sob controlo russo, que ameaça a cidade de Dobropillia.A cidade situa-se a 94 quilómetros a noroeste de Donetsk, ocupada pela Rússia, e a cerca de 22 quilómetros a norte da cidade de Pokrovsk, segundo o jornal The Kiyv Independent.O grupo operacional tático de Donetsk, que está a combater na zona, afirmou hoje nas redes sociais que estava “empenhado numa exaustiva luta defensiva” contra forças russas “muito superiores”.Segundo o grupo, a situação, descrita como “complexa, desagradável e dinâmica”, deve-se à infiltração de tropas russas entre as linhas defensivas ucranianas.A análise foi partilhada pelo Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW), que considerou, no entanto, ser prematuro descrever os avanços russos como um “avanço operacional” e que os próximos dias serão “provavelmente cruciais”.O bloguista militar ucraniano Sternenko escreveu que o avanço russo tinha permitido às tropas de Moscovo apoderarem-se de partes de uma estrada que liga as principais cidades da região.O jornal digital russo Gazeta.ru, citando fontes ucranianas, disse hoje tratar-se da estrada que conduz à cidade de Kramatorsk, o principal reduto do exército ucraniano na região de Donetsk, segundo a agência de notícias espanhola EFE.O ISW comparou a penetração tática à que permitiu um grande avanço russo em abril de 2024, após a tomada da cidade de Avdiivka, à custa de uma longa e sangrenta batalha.A polícia ucraniana anunciou que três pessoas morreram e 13 ficaram feridas esta terça-feira em ataques russos na mesma região..Europa faz pressão para influenciar Trump antes do encontro desta semana com Putin.Moscovo abateu 25 drones ucranianos sobre território russoJá as defesas aéreas russas abateram 25 drones ucranianos durante a madrugada em duas regiões do país, segundo informou esta terça-feira o Ministério da Defesa da Rússia.O relatório militar russo especifica que 23 aparelhos aéreos não tripulados (drones) da Ucrânia foram abatidos sobre a região de Rostov e os outros dois sobre a região de Krasnodar, no sudeste do país.Devido à ameaça de ataques com drones da Ucrânia, sete aeroportos em cidades do interior da Rússia suspenderam temporariamente as operações, de acordo com a Rosaviatsia, a agência federal de aviação civil russa.Na segunda-feira, o Ministério da Defesa declarou inicialmente terem sido abatidos 32 drones, principalmente em Belgorod, Bryansk e Kaluga. Menos de uma hora depois, voltou a informar que tinham sido intercetados mais sete, três dos quais na região ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.A guerra, desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, causou dezenas de milhares de mortos nos dois lados, segundo várias fontes, incluindo as Nações Unidas, embora se desconheça o número exato.O conflito mergulhou a Europa naquela que foi considerada como a maior crise de segurança no continente desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).O presidente norte-americano, Donald Trump, revelou na segunda-feira que deseja organizar um encontro entre os homólogos russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a cimeira prevista para sexta-feira no Alasca com o líder do Kremlin..Trump quer encontro entre Putin e Zelensky após cimeira no Alasca