Vários líderes europeus vão reunir-se de forma virtual esta quarta-feira, 13 de agosto, com o presidente dos Estados Unidos, antes do seu encontro com o chefe de Estado russo, marcado para sexta-feira no Alasca. Uma conversa que deverá servir para os aliados, que temem que da cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin possam sair termos de paz desfavoráveis a Kiev, tentarem pressionar o presidente norte-americano para que tal não aconteça.O governo alemão anunciou esta segunda-feira, 11 de agosto, que o chanceler Friedrich Merz convidou Donald Trump e Volodymyr Zelensky, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte e vários líderes europeus - nomeadamente de Reino Unido, Finlândia, França, Itália e Polónia, além de Ursula von der Leyen e António Costa - para uma reunião virtual que terá lugar quarta-feira. Num primeiro momento, esta reunião será apenas entre os líderes europeus, Rutte e Zelensky, aos quais depois de juntarão Trump e o seu vice, JD Vance. Mais tarde, de acordo com o Politico, haverá uma conferência da chamada Coligação dos Dispostos, que será presidida por Alemanha, França e Reino Unido. De acordo com Berlim, as negociações desta quarta-feira vão concentrar-se na “situação atual na Ucrânia, tendo em vista a reunião planeada” entre Trump e Putin, mas também em “outras opções de ação para pressionar a Rússia”, bem como em “preparações para possíveis negociações de paz e questões relacionadas com reivindicações territoriais e segurança”.“Estou a falar com os líderes europeus, vou falar com o presidente Zelensky. Vou ouvir as ideias de todos. Vou entrar [na reunião com Putin] totalmente preparado e vamos ver o que acontece”, afirmou esta segunda-feira o presidente norte-americano. “Pode ser uma boa reunião e daremos mais um passo. Vamos conseguir. Gostaria de ver um cessar-fogo muito, muito rapidamente, muito rápido. Gostaria de ver isso imediatamente. E [por isso] vamos lidar com os líderes europeus e vamos lidar com o presidente Zelensky, e espero que tenhamos um grande sucesso.”Trump referiu ainda esperar ter uma conversa “construtiva” com Putin, garantindo que ligará aos líderes europeus para os informar sobre a conversa de sexta-feira logo após o seu final. “Vou falar com Vladimir Putin e vou dizer-lhe que tem de acabar com esta guerra”, prosseguiu o presidente dos EUA, adiantando que “a próxima reunião será com Zelensky e Putin, ou Zelensky e Putin e eu, estarei lá se precisarem de mim.”O norte-americano voltou a mostrar alguma frustração em relação a Zelensky, deixando porém claro que até poderá negociar um acordo, mas que caberá à Ucrânia aceitá-lo ou não. “Fiquei um pouco incomodado com o facto de Zelensky estar a dizer: ‘Bem, tenho de obter aprovação constitucional.’ Quer dizer, ele tem aprovação para entrar em guerra e matar toda a gente, mas precisa de aprovação para fazer uma troca de territórios? Porque haverá alguma troca de terras. Sei disso através da Rússia e de conversas com todos para o bem da Ucrânia, coisas boas, não coisas más, também algumas coisas más para ambos.”O primeiro-ministro polaco já tinha indicado, esta segunda-feira de manhã, que os EUA se tinham comprometido a consultar os aliados europeus antes do encontro de sexta-feira entre Trump e Putin. Um encontro sobre o qual Donald Tusk confessou ter “muitos receios e muita esperança”, sublinhando ainda que a importância de manter a integridade do território da Ucrânia “não é apenas uma questão de solidariedade com o nosso vizinho, mas também da nossa própria segurança”, notando que os líderes europeus “continuam unidos na sua abordagem”.A líder da diplomacia da União Europeia teve esta segunda-feira uma reunião virtual de emergência com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, precisamente para discutir o encontro entre Trump e Putin. “A unidade transatlântica, o apoio à Ucrânia e a pressão sobre a Rússia são a forma como vamos acabar com esta guerra e impedir futuras agressões russas na Europa”, escreveu Kaja Kallas no X, após a reunião..Zelensky pede a Trump para não ceder a exigências de Putin.Vice-presidente dos EUA afasta encontro Putin-Zelensky no Alasca e diz que Trump será o principal mediador