“Vai tomar no c…” Mensagens expõem a relação tensa entre Bolsonaro e filho
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“Vai tomar no c…” Mensagens expõem a relação tensa entre Bolsonaro e filho

Eduardo Bolsonaro não gostou que o pai o considerasse “imaturo” em entrevista e, entre outros palavrões, chamou-o de “ingrato do c…”. Diálogos foram revelados pela polícia brasileira.
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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “ingrato do c…” e mandou-o “tomar no c…”, em mensagens trocadas em junho via Whatsapp reveladas pela Polícia Federal do Brasil (PF). O que motivou a ira do filho em relação ao pai foi uma entrevista deste em que o chamou de “imaturo” por ter atacado publicamente Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e suposto presidenciável em 2026 no campo da direita.

Noutras mensagens, Eduardo, que vive nos EUA desde março e tem sido o principal articulador da pressão tarifária exercida pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros, afirmou que já havia superado as divergências com Tarcísio, mas que, após as declarações de Bolsonaro, equacionava dar "mais uma porrada nele”.

“Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graça [sic] aos elogios que vc fez a mim no [site] Poder 360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se vc aprender [sic]. VTNC [vai tomar no cu] SEU INGRATO DO CARALHO!”, disse o deputado ao pai em mensagem enviada por WhatsApp.

Na mesma troca de mensagens, Eduardo ameaçou abandonar o lóbi pelo aumento das tarifas junto a autoridades dos EUA, cujo objetivo, segundo a PF, é coagir o sistema judicial brasileiro e interferir no julgamento de Bolsonaro por golpe de estado.

“Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fuder é vc. E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORRA AQUI”, escreve Eduardo. “TENHA RESPONSABILIDADE!”.

No dia seguinte, 16 de junho, Eduardo enviou um pedido de desculpas. “Peguei pesado”, admite, por estar “puto [furioso na gíria local]”.

Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela PF nesta quarta-feira, 20, acusados de coação no processo do golpe de Estado em que o ex-presidente é réu por ser o suposto líder da organização criminosa que tentou impedir a posse de Lula da Silva (PT).

Além disso, investigações apontam indícios de que os dois tentam abolir o Estado democrático de direito, por meio de articulações com autoridades dos EUA.

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