A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas
A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja KallasEPA/OLIVIER HOSLET

UE avisa Estados Unidos de que "a pressão" tem de ser feita sobre a Rússia, em vez da Ucrânia

“A pressão tem de estar no agressor, não na vítima. Fazê-lo só vai convidar a mais agressões”, defende a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
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A União Europeia (UE) advertiu esta quinta-feira, 20 de novembro, Washington de que “a pressão” tem de ser feita sobre a Rússia, em vez da Ucrânia, criticando que obrigar “a vítima” a aceitar um acordo de paz vai “convidar a mais agressões”.

“A pressão tem de estar no agressor [Rússia], não na vítima [Ucrânia], fazê-lo só vai convidar a mais agressões”, disse a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, em conferência de imprensa no final de uma reunião ministerial em Bruxelas.

Insistindo na ideia que deixou durante declarações feitas esta quinta-feira de manhã, Kaja Kallas alertou Washington da oposição europeia ao plano de paz proposto pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, divulgado na quarta-feira pela imprensa internacional, que inclui a cedência de territórios ucranianos controlados pela Rússia e a redução das Forças Armadas da Ucrânia.

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“A nossa posição não mudou: para que qualquer plano de paz tenha sucesso tem de ser apoiado pela Ucrânia e pela Europa”, frisou.

Questionada pelos jornalistas sobre a exequibilidade do plano de Donald Trump e a proximidade do Presidente dos EUA ao Kremlin (presidência russa), Kaja Kallas disse que a UE “está calma”.

“Já assistimos a isto”, reforçou.

A chefe da diplomacia do bloco europeu insistiu ainda que a abordagem dos 27 Estados-membros vai continuar a ser a aplicação de sanções para reduzir as capacidades militares russas e um plano que recompense o país invadido, garantindo a segurança do continente europeu.

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A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

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