Ucrânia aceita cessar-fogo. Trump vai falar com Putin e avisa que "são precisos dois para dançar o tango"

Ataque de drones atingiu também a região de Moscovo, tendo sido aplicadas restrições temporárias nos aeroportos. Pelo menos três pessoas morreram nesta ofensiva de Kiev contra o território russo.
Ucrânia aceita cessar-fogo. Trump vai falar com Putin e avisa que "são precisos dois para dançar o tango"
FOTO: Ukrainian Ministry of Foreign Affairs

Costa realça "desenvolvimento positivo" e diz que "a bola está agora no campo da Rússia"

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, publicaram a mesma mensagem nas redes sociais na sequência das notícias das negociações entre os EUA e a Ucrânia, salientando o "desenvolvimento positivo".

"Este é um desenvolvimento positivo que pode ser um passo em direção a uma paz abrangente, justa e duradoura para a Ucrânia. A bola está agora no campo da Rússia", escreveram.

Costa e Von der Leyen acrescentaram ainda que a União Europeia está pronta para desempenhar plenamente o seu papel, juntamente com os seus parceiros, nas próximas conversações de paz.

Também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer celebrou o "avanço notável" entre Kiev e Washington. "Agora todos precisamos de redobrar os nossos esforços para chegar a uma paz duradoura e segura o mais rapidamente possível", prosseguiu.

Já o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk afirmou que, aparentemente, "os americanos e os ucranianos deram um passo importante em direcção à paz". "E a Europa está pronta para ajudar a alcançar uma paz justa e duradoura", aditou.

Trump diz que vai falar com Putin mas avisa que "são precisos dois para dançar o tango"

Donald Trump afirmou esta terça-feira, em declarações à porta da Casa Branca, que vai falar com Vladimir Putin esta semana, mas mas avisa que "são precisos dois para dançar tango".

Em causa a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 anos, o que foi aceite pela Ucrânia após uma reunião entre ambos os países na Arábia Saudita.

O presidente norte-americano adiantou que espera que o cessar-fogo seja uma realidade nos próximos dias.

Macron pede a aliados que planeiem garantias de segurança

O presidente francês Emmanuel Macron pediu hoje aos líderes militares de cerca de 30 países reunidos em Paris que comecem a desenvolver um plano para definir garantias de segurança fiáveis para a Ucrânia.

Macron considera que, "perante a aceleração das negociações de paz (...) é agora necessário passar da teoria à prática, para definir garantias de segurança fiáveis, para que uma paz sólida e duradoura seja possível na Ucrânia", de acordo com uma fonte da presidência francesa.

No final de uma reunião em Paris, segundo a mesma fonte, os participantes concordaram que as garantias de segurança "não estão separadas da NATO e das suas capacidades", numa altura em que se verifica uma aproximação entre Washington e Moscovo.

A reunião inclui autoridades militares de 30 países da UE e/ou da NATO, incluindo o Reino Unido e a Turquia, de acordo com o Estado-Maior do Exército francês.

A reunião acontece no momento em que uma delegação ucraniana se encontra com uma equipa norte-americana na Arábia Saudita para discutir formas de pôr fim à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, três anos depois de a Rússia ter invadido o seu vizinho.

Esta reunião em Paris é "importante", segundo o ministro francês das Forças Armadas, Sébastien Lecornu, porque "coloca a primeira pedra nestas garantias de segurança".

Entre os temas de discussão abordados à porta fechada, "trata-se de projetar e pensar sobre como deve ficar o Exército ucraniano no futuro", disse Lecornu, acrescentando que não é aceitável "qualquer forma de desmilitarização da Ucrânia".

Com os seus 800 mil homens, o Exército ucraniano é o maior da Europa, como tem recordado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A ideia de enviar tropas europeias para a Ucrânia também foi recentemente levantada por várias vezes, em particular por Macron.

Paris e Londres têm estado intimamente envolvidas nas discussões sobre a implementação de uma opção deste tipo.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também realizará no sábado uma reunião virtual com os líderes dos países dispostos a ajudar a evitar o retomar das hostilidades na Ucrânia no caso de um cessar-fogo.

Lusa

Zelensky aceita proposta de cessar-fogo de 30 dias. "Estamos prontos para dar esse passo", diz

Volodymyr Zelensky confirmou que a Ucrânia aceitou a proposta americana de cessar-fogo de 30 dias. "Consideramo-la positiva e estamos prontos para dar esse passo", afirmou no Telegram.

O presidente ucraniano diz que a proposta abrange a linha da frente, não apenas o ar e o mar exclusivamente.

"O lado americano compreende os nossos argumentos, aceita as nossas propostas, e quero agradecer ao presidente Trump pela construtividade da conversa entre as nossas equipas", afirmou Zelensky.

Rubio diz que "a bola está agora do lado da Rússia"

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou após a reunião com os representantes ucranianos na Arábia Saudita que "a bola está agora no campo da Rússia".

O responsável diz que a Ucrânia e os EUA deram um "passo positivo" durante as negociações e espera que a Rússia retribua.

"Vamos levar a oferta" para a Rússia, prosseguiu. "Vamos dizer-lhes que é isto que está em cima da mesa, a Ucrânia está pronta para parar de disparar e começar a conversar, e agora caberá a eles dizer sim ou não", aditou.

O conselheiro de segurança nacional Mike Waltz acrescenta que é "muito claro" que a Ucrânia partilha a visão de paz de Donald Trump e "a sua determinação em pôr fim aos conflitos".

Ucrânia disponível para aceitar proposta americana de cessar-fogo imediato de 30 dias

A Ucrânia manifestou a sua disponibilidade para aceitar a proposta dos EUA de promulgar um cessar-fogo imediato de 30 dias.

As delegações de ambos os países concordaram também em nomear equipas de negociação e iniciar imediatamente conversações no sentido de uma paz duradoura que garanta a segurança da Ucrânia a longo prazo.

EUA e Ucrânia concordaram em concluir um acordo para desenvolver os recursos minerais essenciais ucranianos.

EUA vão suspender pausa na partilha de informações secretas com a Ucrânia

Os Estados Unidos vão suspender a pausa na partilha de informações secretas com a Ucrânia e retomar a assistência de segurança, revelou o Departamento de Estado norte-americano no rescaldo da reunião entre as autoridades dos dois países na Arábia Saudita. Esta medida terá efeitos imediatos.

Os dois países deram "passos importantes para restaurar a paz duradoura" na Ucrânia durante a reunião, acrescentou o Departamento de Estado dos EUA.

A Ucrânia manifestou também a sua disponibilidade para aceitar a proposta dos EUA de promulgar um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias.

As delegações de ambos os países concordaram também em nomear equipas de negociação e iniciar imediatamente conversações no sentido de uma paz duradoura que garanta a segurança da Ucrânia a longo prazo.

Encontro "produtivo" entre EUA e Ucrânia, diz Casa Branca

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o encontro entre as autoridades de Estados Unidos e Ucrânia foi "produtivo" e que as notícias recebidas ao longo da reunião foram positivas.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, deverão falar à imprensa após a reunião.

"As conversas estão a decorrer 'ok', muitas questões já foram discutidas"

"As conversas estão a decorrer 'ok', muitas questões já foram discutidas." Esta foi a mensagem transmitida por uma fonte oficial ucraniana à AFP, numa altura em que decorrem na Arábia Saudita as conversações entre emissários dos EUA e da Ucrânia a propósito do fim da guerra.

Estas são as primeiras conversas de alto nível entre Kiev e Washington depois da discussão na Sala Oval entre os presidentes Zelensky e Donald Trump.

Sobe para cinco o número de mortos em ataque ucraniano em Kursk

Subiu para cinco o número de pessoas mortas num ataque ucraniano na região russa de Kursk, de acordo com um governador local Alexander Khinshtein, que inicialmente tinha apontado para três vítimas mortais, enquanto nove ficaram feridas após o ataque a um centro comercial na vila de Belaya.

Tusk assume objetivo de dar treino militar a 100 mil polacos em 2027

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, deu esta terça-feira mais pormenores sobre o seu programa de formação militar.

Tusk afirmou que quer disponibilizar treino a quem queira aderir ao programa, tendo como objetivo treinar 100 mil voluntários em 2027.

"Até o final de março, o governo terá preparado as propostas do Ministério da Defesa Nacional sobre o funcionamento do modelo de formação de 100.000 pessoas em 2027", disse o primeiro-ministro polaco, citado pela Reuters.

Rússia adverte que ataque ucraniano pode perturbar aproximação com Kiev

A Rússia advertiu esta terça-feira que o ataque ucraniano de drones à região de Moscovo pode fazer descarrilar as perspetivas de aproximação à Ucrânia que os Estados Unidos têm vindo a encorajar.

"Para já, não há negociações [com Kiev], por isso não há nada para dinamitar. Mas pode causar danos visíveis à tendência atual", afirmou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitry Peskov, citado pela EFE.

Peskov disse que Moscovo tinha tomado antecipadamente medidas que garantiam a segurança da capital, da região adjacente e do resto do país.

A Ucrânia lançou durante a noite um ataque de grande envergadura contra a Rússia que envolveu 337 'drones', de que resultaram três mortos, segundo um balanço atualizado pelas autoridades locais.

A imprensa russa disse tratar-se do maior ataque de 'drones' de ambas as partes desde o início da guerra em fevereiro de 2022.

Lusa

“Estamos prontos a fazer tudo para alcançar a paz”, diz chefe de gabinete de Zelensky. "Reunião começou de forma muito construtiva"

Rede social X / Chefe de gabinete da presidência ucraniana

À chegada ao local das negociações entre a Ucrânia e os EUA, Andriy Yermak, chefe do gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Kiev quer a paz e que está disponível para negociar o fim da guerra, em curso há mais de três anos.

“Estamos prontos a fazer tudo para alcançar a paz”, disse Andriy Yermak, citado pela AFP.

Mais tarde, numa publicação na rede social X, o chefe de gabinete de Zelensy escreveu que a "reunião começou de forma muito construtiva".

Começaram, na Arábia Saudita, as conversações entre a Ucrânia e os EUA

Já estão a decorrer em Jeddah, na Arábia Saudita, as conversações entre a Ucrânia e os Estados Unidos com vista a uma solução para o fim da guerra.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano divulgou imagens das duas delegações à mesa das negociações, indicando que do lado de Kiev a reunião conta com o chefe do gabinete do presidente, Andriy Yermak, o ministro dos Negócios Estrangeiros Andriy Sibiga, bem como o responsável pela pasta da Defesa, Rustem Umerov. O chefe adjunto do gabinete presidencial, Pavlo Palis, também participa nas negociações.

"Do lado americano participam o secretário de Estado dos Estados Unidos Marco Rubio e o conselheiro do presidente dos Estados Unidos para a Segurança Nacional Michael Walz", indica Kiev.

"O caminho para a paz e as relações bilaterais entre a Ucrânia e os Estados Unidos" são os principais pontos a ser debatidos nesta reunião, informou ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.

Ucrânia lança mais de 300 drones contra a Rússia no maior ataque aéreo de Kiev desde o início da guerra

A Ucrânia lançou na madrugada desta terça-feira mais de 300 drones contra o território russo, incluindo a região da capital Moscovo, naquele que é já considerado o maior ataque aéreo desde o início da guerra, a 24 de fevereiro de 2022. Pelo menos três pessoas morreram.

"Os sistemas de defesa aérea intercetaram e destruíram 337 `drones` aéreos ucranianos, incluindo 91 sobre a região de Moscovo e 126 sobre a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia", informou o Ministério da Defesa russo em comunicado. O ataque levou a restrições temporárias nos aeroportos da região da capital, entretanto já levantadas.

Este ataque de Kiev contra a Rússia aconteceu poucas horas antes do início das conversações entre as delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia, que vão decorrer esta terça-feira na Arábia Saudita, com vista a encontrar uma solução para o fim da guerra.

As regiões de Bryansk e Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, bem como Ryazan, Kaluga, Voronezh e Nizhny Novgorod, também foram atingidas pelo ataque ucraniano.

"O maior ataque de drones inimigos contra Moscovo foi repelido", afirmou o presidente da Câmara da capital russa, Sergei Sobyanin, na rede social Telegram. Drones atingiram a aldeia de Sapronovo e a cidade de Ramenskoye, nos arredores da capital.

"Os especialistas dos serviços de socorro estão a trabalhar nos locais onde caíram os destroços", informou Sobyanin.

O governador da região de Moscovo, Andrei Vorobyov, afirmou no Telegram que "o alvo eram pessoas".

Dois empregados da empresa agroindustrial russa Miratorg, sediada em Moscovo, estão entre os mortos, informou a empresa.

Segundo jornalistas da AFP, num dos blocos de apartamentos atingidos na região de Moscovo, as janelas foram partidas e uma varanda foi parcialmente destruída.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já indicou que o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado sobre o ataque de drones na região de Moscovo.

O sistema de defesa aérea da capital funcionou "muito bem", salientou Peskov.

"Kiev está atingir prédios residenciais e a Federação Russa está atingir alvos militares", referiu o porta-voz do Kremlin, citado pela Sky News.

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