Ucrânia ataca região russa de Belgorod. Putin quer substituição de Zelensky por "administração de transição"

Presidente russo levantou esta ideia pela primeira vez depois de os líderes europeus terem discutido em Paris questões de segurança.
Ucrânia ataca região russa de Belgorod. Putin quer substituição de Zelensky por "administração de transição"
GAVRIIL GRIGOROV/EPA

Exército ucraniano ataca região de Belgorod

A agência Reuters avança que a Ucrânia está a fazer uma incursão militar na região russa de Belgorod como forma compensar as derrotas que tem sofrido em Kursk.

A mesma fonte fala mesmo em combates entre as forças militares russas e ucranianas.

Zelensky já confirmou que o exército ucraniano está a dar “certos passos” na Rússia fora da região de Kursk, embora não tenha especificado onde estariam as suas tropas.

Rússia ataca várias regiões com 163 'drones'

O exército russo lançou um total de 163 veículos aéreos não tripulados contra várias regiões da Ucrânia na quinta-feira à noite, de acordo com um relatório da Força Aérea ucraniana divulgado esta sexta-feira.

As defesas aéreas da Ucrânia abateram 89 'drones' de ataque lançados pela Rússia em várias regiões do sul, norte e centro do país. Outras 51 réplicas de 'drones' caíram sem causar danos.

Segundo a Força Aérea ucraniana, o ataque provocou danos nas regiões de Kharkiv e Sumi (nordeste), Zaporijia (sudeste) e Mykolaiv e Odessa (sul).

A Rússia e a Ucrânia continuam a trocar ataques contra as retaguardas uma da outra depois de terem acordado na terça-feira com os Estados Unidos na Arábia Saudita para declarar uma trégua nos ataques às infraestruturas energéticas e também trabalhar para um cessar-fogo no Mar Negro.

De acordo com Ivan Kovalenko, chefe do Centro de Combate à Desinformação do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, a base aérea russa Engels-2 foi novamente atacada quinta-feira à noite.

Por sua vez, a Rússia diz ter abatido 100 'drones' ucranianos em oito regiões nas últimas 12 horas, após alguns dias de relativa calma após o anúncio da trégua energética.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, foram abatidos 32 'drones' na região de Voronezh, 19 em Saratov, 17 em Kursk e seis em Belgorod.

Dois drones foram neutralizados na região de Lipetsk, um em Rostov e outro em Tambov.

Entretanto, as autoridades da região fronteiriça de Bryansk reportaram a queda de mais de 20 'drones' que atacaram uma empresa agrícola.

"Ao contrário das declarações do regime de Kiev sobre a alegada cessação dos ataques às instalações energéticas russas, a subestação transformadora da empresa (agrícola) foi danificada como resultado do ataque", escreveu o governador de Bryansk, Alexander Bogomaz, no Telegram.

O Ministério da Defesa russo voltou a acusar a Ucrânia de violar a trégua energética anunciada após negociações com os Estados Unidos em Riade esta semana.

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Putin sugere saída de Zelensky e "administração de transição" na Ucrânia

O presidente russo sugeriu esta sexta-feira a criação de uma "administração de transição" para a Ucrânia sob a égide da ONU. ESta ideia implicaria a saída de Zelensky da presidência ucraniana antes de qualquer negociação sobre um acordo de paz.

"Poderíamos, naturalmente, discutir com os Estados Unidos, até mesmo com os países europeus, e, claro, com os nossos parceiros e amigos, sob os auspícios da ONU, a possibilidade de estabelecer uma administração transitória na Ucrânia", disse Vladimir Putin durante um encontro com marinheiros russos em Murmansk (noroeste).

"Organizar uma eleição presidencial democrática que resulte na chegada ao poder de um governo competente que tenha a confiança do povo e, depois, iniciar negociações com essas autoridades sobre um acordo de paz", sugeriu Putin, depois do encontro de quinta-feira em Paris dos líderes europeus para discutir garantias de segurança.

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Rússia acusa Ucrânia de ataques a instalações energéticas

A Rússia acusou novamente a Ucrânia de atacar as suas instalações energéticas, apesar de as duas partes terem acordado um pausa que entrou em vigor a 18 de março.

O Ministério da Defesa revelou esta sexta-feira que a Ucrânia atacou uma estação de de gás em Kursk e instalações de energia em Belgorod.

O departamento de Defesa russo refere ainda que a Ucrânia também tentou atingir uma refinaria de petróleo na região de Saratov.

Estes relatórios não foram verificados de forma independente, mas a Ucrânia negou acusações semelhantes nos últimos dias.

Putin e Erdogan debateram ao telefone acordo do Mar Negro

Os presidentes da Rússia e da Turquia falaram ao telefone sobre a perspetiva de um acordo sobre o Mar Negro, que foi negociado na segunda-feira em Riade, anunciou hoje o Kremlin (presidência russa).

Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan trocaram "pontos de vista sobre o reinício da iniciativa do Mar Negro", disse o serviço de imprensa do Kremlin num comunicado citado pela agência francesa AFP.

A Rússia exigiu o levantamento das sanções ocidentais que afetam as suas exportações agrícolas para retomar o acordo sobre os cereais de 2022, alcançado sob mediação da Turquia e da ONU.

Moscovo abandonou um ano depois, alegando que o Ocidente não honrara o compromisso que deveria garantir a exportação dos seus fertilizantes e produtos agrícolas, apesar das sanções por ter invadido a Ucrânia.

Segundo a agência russa TASS, Putin e Erdogan debateram também projetos no setor da energia, os resultados das recentes consultas dos grupos de peritos russos e norte-americanos em Riade, e a situação na Síria.

Erdogan "manifestou o seu apoio ao diálogo russo-americano e a disponibilidade da parte turca para facilitar o avanço do acordo sobre o Mar Negro", disse o Kremlin.

Putin e Erdogan também registaram "com satisfação" a dinâmica positiva das relações bilaterais e o crescimento do comércio mútuo.

Lusa

Alemanha forneceu 390M€ para o setor energético ucraniano em 2024

Alemanha forneceu um total de 390 milhões de euros em ajuda de emergência para o setor energético ucraniano em 2024, anunciou hoje o Ministério da Economia alemão.

O ministério, liderado por Robert Habeck (Os Verdes), indicou hoje, em comunicado, que designou mais 7,27 milhões de euros para reparações na infraestrutura de energia, através do Fundo de Apoio à Energia Ucraniana.

"Os ataques russos às infraestruturas energéticas civis da Ucrânia continuam", afirmou o ministro cessante.

A empresa estatal de energia ucraniana Naftogaz denunciou hoje um ataque russo às suas instalações, numa "tentativa de minar a estabilidade energética da Ucrânia", apesar do acordo obtido com a mediação norte-americana para travar os ataques a instalações de energia.

LUSA

Operadora de energia ucraniana  acusa Rússia de atacar infraestruturas de gás

A operadora de energia ucraniana Naftogaz acusou hoje a Rússia de atacar as suas infraestruturas de gás, em violação de um frágil acordo anunciado por Washington que deveria proibir os ataques a instalações de energia.

"O inimigo bombardeou locais pertencentes ao grupo Naftogaz", danificando "instalações de produção de gás", disse o operador estatal, descrevendo o ataque como uma "tentativa" russa de "minar a estabilidade energética" na Ucrânia.

A Naftogaz não deu pormenores sobre as infraestruturas danificadas ou a sua localização.

No entanto, de acordo com os meios de comunicação social, a Rússia, que invadiu o seu vizinho ucraniano há três anos, tem vindo a atacar locais de produção de petróleo e especialmente de gás há vários meses, principalmente nas regiões de Poltava (centro) e Kharkiv (nordeste).

"De acordo com algumas estimativas, a Ucrânia perdeu quase 40% da sua capacidade de produção de gás" e será agora obrigada a importar volumes consideráveis no próximo inverno, segundo o influente meio de comunicação social 'online' Yevropeïska Pravda.

Esta manhã, a Rússia tinha acusado a Ucrânia de ter atacado infraestruturas energéticas no seu território entre quinta-feira e hoje. Os dois países tinham trocado acusações semelhantes no dia anterior.

Lusa

ONU rejeita apelo de Putin para administração de transição na Ucrânia

A ONU rejeitou esta sexta-feira a sugestão de Putin para a criação de uma "administração de transição" para a Ucrânia sob a égide da ONU como parte de um acordo de paz.

Esta sugestão já tinha sido rejeitada pelos Estados Unidos.

O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, afirmou que a Ucrânia tem um Governo legítimo que deve ser respeitado.

Mais de 80% dos ucranianos preferem continuar a lutar a aceitar condições de paz da Rússia

Mais de 80% dos ucranianos afirmam estar dispostos a continuar a lutar para alcançar "uma paz aceitável", mesmo que Washington cesse o seu apoio militar ao país, indicou hoje uma sondagem do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS).

Apesar dos elevados custos da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, 82% dos ucranianos declararam-se a favor da continuação da luta contra Moscovo, mesmo sem o apoio dos Estados Unidos (EUA), na condição de que a Europa mantenha o seu auxílio à Ucrânia, indicou a sondagem, citada pelas agências internacionais.

A grande maioria dos inquiridos manifestou-se a favor da continuação dos combates, ao invés de aceitar as condições de paz propostas pela Rússia, que privariam a Ucrânia da sua independência política, de um exército forte e de mais de 20% do seu território.

Apenas 8% dos inquiridos disseram ser a favor da capitulação.

Lusa

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