Volodymyr Zelensky afirmou esta segunda-feira, 29 de setembro, que “a arma número um que qualquer agressor realmente teme - neste caso, a Rússia e Putin - é, sem dúvida, a unidade”, notando que as mais recentes ações de Moscovo no espaço aéreo de vários países da NATO, desde a Polónia à Dinamarca, devem ser enfrentadas com uma resposta conjunta e rápida. Esta segunda-feira também, a Roménia, que também já foi alvo de incursões russas, disse ter encontrado novos fragmentos de drones no condado de Tulcea, vizinho da Ucrânia.“A Ucrânia propõe à Polónia e a todos os nossos parceiros a construção de um escudo conjunto e verdadeiramente fiável contra as ameaças aéreas russas. E isso é possível. A Ucrânia pode combater todos os tipos de drones e mísseis russos e, se agirmos em conjunto na região, teremos armas e capacidade de produção suficientes para isso. Se a Rússia perder a capacidade de atacar nos céus, não poderá continuar a guerra e terá de procurar outras formas de coexistir”, afirmou o presidente ucraniano numa intervenção por vídeo no Fórum de Segurança de Varsóvia.Presentes no mesmo evento, os líderes da diplomacia de França, Alemanha, Polónia e Ucrânia mostraram estar alinhados com o espírito de unidade defendido por Zelensky, com o polaco Radoslaw Sikorski a dizer acreditar que as recentes incursões de drones na Polónia foram “deliberadas por parte da Rússia”. “A intenção parecia ser testar-nos sem realmente causar uma guerra”, prosseguiu, “penso que os russos cometeram outro erro, pois pensaram que nos iriam dividir, que iríamos reagir com timidez e exigências para enfraquecer o nosso apoio à Ucrânia, mas aconteceu o contrário”.O alemão Johann Wadephul concorda que “a Rússia está a falhar, cometendo um erro atrás do outro”, sublinhando que “estamos num momento muito decisivo, mas há também muitas mudanças para nós se nos mantivermos unidos como fazemos agora”.O francês Jean-Noël Barrot, por seu turno, afirmou que as recentes discussões entre os líderes europeus mostram que “algo está a mudar no espírito dos europeus”, enquanto que o ucraniano Andrii Sybiha defendeu que a Europa deve reconhecer que “a Rússia está numa guerra híbrida com a comunidade transatlântica”. “Portanto, precisamos de ações apropriadas”, disse. A vítima mais recente de incursões de drones no seu espaço aéreo foi a Dinamarca, apesar do seu governo não atribuir de forma aberta a autoria à Rússia. Esta segunda-feira, Peter Hummelgaard, o ministro da Justiça dinamarquês, comparou a recente vaga de ataques híbridos na Europa ao 11 de Setembro. “Estamos numa nova realidade na Dinamarca e noutros países, e vamos voltar a encontrar-nos numa situação semelhante. É assim que funciona a guerra híbrida”.Uma ameaça de segurança que, no caso da Dinamarca, se torna mais perigosa esta semana - Copenhaga recebe esta quarta-feira, 1 de outubro, os líderes dos 27 para uma reunião do Conselho Europeu, seguindo-se uma cimeira na quinta-feira da Comunidade Política Europeia, composta por 47 membros. Neste sentido, foram proibidos todos os voos civis de drones esta semana, a Suécia está a enviar radares e sistemas militares antidrone, a NATO disse no sábado estar a atualizar a sua missão no Mar Báltico em resposta à situação na Dinamarca, e uma fragata de defesa aérea alemã chegou a Copenhaga no domingo para auxiliar na vigilância do espaço aéreo. A França informou esta segunda-feira que também enviou as suas forças armadas para reforçar as defesas da capital dinamarquesa.“Além de trabalhar em estreita colaboração com os nossos aliados, a Agência de Materiais e Aquisições do Ministério da Defesa iniciou a compra e o aluguer de equipamento adicional, que será entregue hoje ou em breve, para que possam reforçar a nossa preparação em geral”, adiantou ontem o ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen. .Alemanha vai autorizar abate de drones após um "enxame" de aparelhos ter sido avistado na sexta-feira.Rússia aumenta pressão sobre a NATO e prossegue incursões aéreas