O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, defendeu esta quinta-feira a exclusão da Rússia da próxima reunião dos G20, por entender que o país que lançou uma invasão à Ucrânia não pode ser considerado como um "parceiro construtivo".."Acho que não podemos sentar-nos com a Rússia numa mesa", atirou o chefe do governo canadiano, acrescentando que já discutiu este assunto com o presidente indonésio, que preside ao G20 [grupo que reúne as maiores economias do mundo] este ano..Para Justin Trudeau, "não faz sentido ter uma discussão sobre crescimento económico global se o país responsável por grande parte da agitação está na mesma mesa"..Esta decisão cabe ao próprio G20, formato criado para promover o diálogo entre as antigas potências industriais do G7 e gigantes económicos emergentes como a China, Brasil ou Rússia.."É lógico que Vladimir Putin não esteja presente este ano. Uma expulsão a longo prazo terá que ser discutida", sustentou ainda Trudeau..O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também pediu na semana passada a exclusão da Rússia do G20..A Indonésia, que preside ao G20, já manifestou que irá permanecer "imparcial", enquanto a China frisou que Vladimir Putin deve ter o seu lugar na cimeira agendada para em novembro, na Indonésia..A Rússia foi suspensa indefinidamente do grupo dos oito países mais industrializados do mundo (G8 - que voltou agora a ser G7) em 2014, após a anexação da península ucraniana da Crimeia..Na sexta-feira Moscovo referiu que a sua eventual expulsão do G20 devido à "operação militar especial" na Ucrânia "não será mortal", embora tenha sublinhado a importância da cooperação nesse formato e tenha confirmado a sua presença no evento.."Quanto ao formato do G20, é importante. Entretanto, nas atuais circunstâncias, quando a maioria dos membros está em estado de guerra económica connosco, a eventual exclusão de Moscovo não será mortal", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov..A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior..A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos..A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia..A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.