Tribunal sul-coreano prolonga detenção de presidente até 20 dias
Um tribunal sul-coreano prolongou este sábado a detenção do presidente Yoon Suk Yeol até 20 dias, levando a protestos violentos de centenas de apoiantes que invadiram o edifício do tribunal, partiram janelas e arrombaram o interior.
Pouco depois de o tribunal ter aprovado o pedido dos investigadores para deter Yoon por mais tempo, por volta das 3h da manhã de domingo na Coreia do Sul, imagens da televisão mostraram os seus apoiantes a abrir caminho entre a polícia para entrar no tribunal, alguns deles a destruir móveis e a disparar extintores de incêndio contra polícias que tentavam reprimi-los, avança a Reuters.
A polícia deteve cerca de 40 manifestantes e restabeleceu a ordem algumas horas depois, informou a emissora YTN, citando a polícia.
Yoon tornou-se na quarta-feira o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser detido, enquanto enfrenta alegações de insurreição relacionadas com a declaração de lei marcial a 3 de dezembro, que mergulhou o país em turbulência política.
Os investigadores sul-coreanos pediram a um tribunal de Seul na sexta-feira que mantivesse Yoon preso por mais tempo depois de se ter recusado a ser interrogado. Após uma audiência de cinco horas no sábado, à qual Yoon compareceu, o Tribunal Distrital Ocidental de Seul optou por aceder ao pedido dos investigadores devido à "preocupação de que o suspeito possa destruir provas", disse o tribunal em comunicado.
De acordo com o novo mandado, Yoon pode ser detido até 20 dias.
Seok Dong-hyeon, um dos advogados de Yoon, disse que a decisão do tribunal foi "muito difícil de compreender", mas pediu calma. "Tais expressões de raiva são compreensíveis, mas se forem demasiado longe e continuarem violentas, poderão ser alvo de ataques ou contra-ataques direcionados por parte das forças de esquerda", disse. "Precisamos de manter a calma", disse numa publicação no Facebook.
Até agora, negando as alegações de que planeou a insurreição, Yoon recusou-se a ser interrogado.