O secretário dos Transportes dos EUA, Sean Duffy, anunciou na quarta-feira que iria ordenar um corte de 10% nos voos em 40 dos principais aeroportos do país, alegando preocupações com a segurança do controlo de tráfego aéreo na sequência da paralisação do governo que já vai no 37.º dia. A medida fez com que as companhias aéreas se mobilizassem para reduzir significativamente os voos.As companhias aéreas dos Estados Unidos já começaram a alertar os passageiros que a redução do tráfego pode levar a atrasos ou cancelamentos, recomendando aos passageiros que verifiquem o estado dos voos antes de se dirigirem aos aeroportos.A Southwest Airlines declarou que está a "avaliar como as restrições de voos planeadas pelo Governo" irão afetar os voos e prometeu "comunicar diretamente com os clientes assim que possível".A companhia aérea enfatizou a necessidade de o Senado, a câmara alta do parlamento dos Estados Unidos, "resolver imediatamente o impasse para restaurar a capacidade total do sistema nacional de espaço aéreo"."Estamos a trabalhar com o Governo federal para compreender todos os detalhes da nova medida de redução e vamos esforçar-nos para mitigar os impactos para os passageiros e para a carga", disse a associação de companhias aéreas Airlines for America.Os aeroportos de Lisboa, Porto e Ponta Delgada têm ligações aéreas regulares com os Estados Unidos.A FAA enfrenta escassez de pessoal causada pelos controladores de tráfego aéreo, que estão a trabalhar sem receber, e alguns faltaram ao trabalho durante a paralisação, resultando em atrasos em voos de todo o país. Desde o início da paralisação, segundo as companhias aéreas, pelo menos 3,2 milhões de passageiros foram afetados pela falta de controladores de tráfego aéreo.Segundo a Reuters, a paralisação, a mais longa da história dos EUA, obrigou 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes da Administração de Segurança dos Transportes (TSA) a trabalhar sem receberem salário..Paralisação do governo dos EUA bate recorde e Trump pressiona republicanos para que resolvam impasse . O administrador da FAA, Bryan Bedford, destacou que a agência não vai esperar que o problema surja para agir, afirmando que a paralisação está a causar pressão sobre o pessoal, algo que "não pode ser ignorado"."Se a pressão continuar a aumentar mesmo depois de tomarmos estas medidas (…) voltaremos atrás e tomaremos medidas adicionais", salientou Bedford.Já houve inúmeros atrasos em aeroportos por todo o país — por vezes de horas — porque a FAA reduz ou interrompe o tráfego temporariamente sempre que há falta de controladores.O último fim de semana registou algumas das piores faltas de pessoal e, no domingo, os voos no Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Nova Jérsia, sofreram atrasos de várias horas.O secretário dos Transportes, Sean Duffy, já alertou para um possível caos aéreo na próxima semana, caso falhe um novo pagamento do salário dos controladores de tráfego aéreo, e os sindicatos têm pressionado o Congresso para reabrir o Governo.A questão dos subsídios para a saúde está no centro do impasse no Congresso entre republicanos e democratas, que não conseguiram chegar a acordo sobre a aprovação de um novo orçamento.Embora os republicanos detenham a maioria de 53-47 no Senado (câmara alta do Congresso), são necessários votos de democratas para chegar aos 60 necessários para aprovar o orçamento..36 dias de 'shutdown'. Paralisação do Governo dos EUA bate recorde