Rússia recusa negociações de paz com Ucrânia no Vaticano. "É uma ideia irrealista e deselegante", diz Lavrov
A possibilidade de a próxima ronda de negociações para a paz entre a Rússia e a Ucrânia ser no Vaticano parece definitivamente comprometida tendo em conta as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
"É uma ideia irrealista e deselegante, pois somos um país ortodoxo”, argumentou, frisando que o próprio Vaticano "não ficaria muito confortável".
A sugestão foi feita pelo próprio Vaticano e já tinha merecido a concordância dos presidentes da Finlândia, Alexander Stubb, e dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apesar da discordância quanto ao local, Lavrov garantiu que vai mesmo realizar-se uma nova ronda de negociações. "Sim, somos todos a favor das negociações e, como tal, haverá uma segundo ronda", assumiu, acrescentando que "os ucranianos já confirmaram" e, nesse sentido, o governante russo diz ser "um desenvolvimento positivo por si só".
"Estamos a trabalhar num memorando. Não posso falar pela Ucrânia, mas o nosso trabalho está numa fase avançada e vamos entregar esse memorando aos ucranianos", revelou o chefe da diplomacia russa.
Trump: “Grande troca de prisioneiros entre Kiev e Moscovo concluída”
Como resultado da primeira reunião entre os dois países, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou na rede social Truth Social que foi "concluída uma grande troca de prisioneiros" entre Rússia e Ucrânia.
"Entrará em vigor em breve. Parabéns a ambas as partes pela negociação. Isso pode levar a algo grandioso?", questionou Trump na publicação.
Foram trocados 270 militares e 120 civis, que eram prisioneiros de guerra, no âmbito do acordo da semana passada, assinado entre os dois países na Turquia e que, segundo o Kremlin, visava trocar 2000 pessoas (1000 de cada lado).
Em comunicado, o Ministério da Defesa russo revelou que as pessoas libertadas pela Ucrânia já se encontram na Bielorrússia, a receber os cuidados médicos e psicológicos, antes de serem transferidas para território russo.
Segundo Moscovo, entre os prisioneiros libertados estão civis detidos durante a incursão das forças ucranianas na região de Kursk.
A presidência russa adiantou que esta “troca em grande escala” vai continuar “nos próximos dias”, embora nenhum dos lados tenha definido um prazo para a concretização do acordo.
Zelensky confirmou que a Ucrânia recuperou 390 pessoas que estavam na Rússia como prisioneiras de guerra.
“A primeira fase do acordo de troca de 1000 pessoas por outras 1000 foi concluída”, anunciou nas redes sociais, acrescentando esperar que “a troca continue [a realizar-se] no sábado e no domingo”.
As autoridades russas avançaram, pouco antes, terem sido trocados 270 militares e 120 civis na sequência de um acordo, realizado na Turquia na semana passada.
Segundo o Ministério da Defesa de Moscovo, os russos libertados pela Ucrânia já se encontram na Bielorrússia, a receber os cuidados médicos e psicológicos iniciais.
A Presidência russa (Kremlin) adiantou que esta “troca em grande escala” vai continuar “nos próximos dias”, embora nenhum dos lados tenha definido um prazo para a concretização das transferências de prisioneiros.
O acordo entre as duas partes em guerra aconteceu na semana passada em Istambul, na Turquia, onde tinham decorrido as primeiras conversações entre Moscovo e Kiev nas primeiras semanas da invasão da Ucrânia, em 2022.