Marco Rubio com o cardeal Matteo Zuppi
Marco Rubio com o cardeal Matteo ZuppiEPA/VATICAN MEDIA

Vaticano oferece-se para acolher negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

Hipótese foi aventada em reunião entre secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o cardeal Matteo Zuppi
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O Vaticano surge como possível palco para negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, confirmou este sábado o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Roma, após reunião com o cardeal Matteo Zuppi, atual presidente da Conferência Episcopal Italiana.

Rubio destacou o papel do Vaticano como “um sítio onde ambas as partes se sentiriam confortáveis”. Embora tenha evitado classificá-la formalmente como mediador, o dirigente da administração Trump sublinhou a utilidade da Santa Sé como facilitador de conversações. “Estaremos sempre gratos ao Vaticano pela sua disponibilidade para desempenhar este papel construtivo e positivo”, afirmou o diplomata, citado pela agência Lusa.

A possibilidade ganha força poucos dias após a eleição de Leão XIV como novo papa - o primeiro pontífice norte-americano da história. Na sua primeira bênção dominical, Leão XIV reforçou o apelo à paz que era nota das intervenções do seu antecessor, Francisco, e prometeu “todos os esforços” para alcançar uma solução duradoura para o conflito. “A Santa Sé está sempre pronta a ajudar a reunir os inimigos, cara a cara”, disse.

O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, também reiterou este sábado a disposição da Santa Sé para acolher negociações diretas. Lamentando o fracasso das recentes conversações em Istambul, que falharam em alcançar um cessar-fogo imediato, Parolin classificou a situação como “trágica” e sublinhou que “o objetivo seria que, pelo menos, conversassem”.

"Esperávamos que se iniciasse um processo, lento, mas positivo, para uma solução pacífica do conflito, mas, em vez disso, voltámos ao início", disse Parolin, reiterando que o Vaticano poderia servir de local para um encontro direto entre as duas partes. "O objetivo seria chegar a isso, que pelo menos conversassem. Veremos o que acontece. É uma oferta de um lugar", afirmou.

A tradição diplomática do Vaticano inclui momentos-chave como a mediação entre os EUA e Cuba em 2014 e os esforços de paz no Sudão do Sul. Durante a crise dos mísseis de 1962, o papa João XXIII teve um papel importante ao apelar diretamente aos líderes de Washington e Moscovo para evitar a guerra nuclear — um gesto recordado como exemplo do poder moral da Santa Sé em momentos de tensão global.

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