Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia
Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da RússiaEPA/ALEXANDER NEMENOV

Rússia quer reconhecimento internacional sobre zonas ocupadas para garantir uma "paz duradoura"

Chefe da diplomacia ucraniana reagiu ao afirmar que Moscovo não mostra vontade de se envolver em negociações. "É tempo de atingir a máquina de guerra russa com novas sanções", destacou.
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O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, insistiu esta quarta-feira, 3 de setembro, que a Rússia procura o reconhecimento internacional sobre as regiões ucranianas anexadas de forma a garantir uma "paz duradoura".

Lavrov, em declarações publicadas no portal oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, disse que as novas "realidades territoriais" devem ser reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional, para que a "paz seja duradoura".

O homólogo ucraniano, Andrii Sybiga, reagiu imediatamente às declarações de Lavrov.

Sybiga disse através das redes sociais que a Rússia não alterou os objetivos e "ultimatos antigos" e que não mostra vontade de se envolver em negociações.

"Isto prova que o apetite do agressor só aumenta quando não é submetido à pressão e à força. É tempo de atingir a máquina de guerra russa com novas sanções", acrescentou o chefe da diplomacia ucraniana.

Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que Kiev ceda à Rússia as quatro regiões ucranianas que afirma ter anexado desde setembro de 2022, além da Península da Crimeia, anexada em 2014.

Moscovo exige também que a Ucrânia renuncie aos planos de adesão à Aliança Atlântica.

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Estas condições são inaceitáveis para a liderança ucraniana e para os países aliados de Kiev.

A Ucrânia exigiu que o Exército russo se retire totalmente dos territórios ocupados.

Na semana passada, a diplomacia da Turquia afirmou que a Rússia continua a exigir que a Ucrânia ceda o Donbass (leste da Ucrânia), que não controla totalmente, mas está disposta a congelar o conflito no sul do país ao longo das atuais linhas da frente.

O Governo turco acolheu três rondas de negociações entre representantes russos e ucranianos este ano em Istambul.

O Exército russo ocupa cerca de um quinto do território ucraniano.

Moscovo reivindica a anexação de cinco regiões: as do leste de Donetsk e Lughansk, que formam o Donbass; as do sul de Kherson e Zaporijia; e a Crimeia, que foi ocupada em 2014.

Durante as negociações em Istambul, no início do ano, os negociadores russos exigiram a retirada total da Ucrânia destas cinco regiões como pré-condição para o fim do conflito.

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