O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu esta segunda-feira, 1 de setembro, a ofensiva militar russa na Ucrânia, acusando o Ocidente de ter desencadeado o conflito, durante uma cimeira sobre segurança organizada no nordeste da China.“Esta crise não foi desencadeada pelo ataque da Rússia à Ucrânia. É o resultado de um golpe de Estado na Ucrânia, que foi apoiado e provocado pelo Ocidente”, afirmou Putin, durante a reunião da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês).A declaração refere-se aos protestos pró-Ocidente do Maidan, que em 2014 forçaram a queda do então Presidente ucraniano pró-russo, Viktor Yanukovych. Na sequência, Moscovo anexou a península da Crimeia e passou a apoiar grupos separatistas no leste da Ucrânia, desencadeando um conflito civil.“A segunda causa da crise são as constantes tentativas do Ocidente de atrair a Ucrânia para a NATO”, acrescentou o chefe de Estado russo.Putin discursou perante os seus principais aliados: o Presidente chinês, Xi Jinping, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.“Valorizamos profundamente os esforços e as propostas da China, da Índia e de outros parceiros estratégicos para contribuir para a resolução da crise ucraniana”, afirmou Putin..'Big show' Xi de olho em Trump: da parceria com Modi à parada militar com Putin e Kim. As propostas de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar dos apelos do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a celebração de um acordo.Putin tem rejeitado um cessar-fogo, exigindo que a Ucrânia ceda mais território e renuncie ao apoio ocidental. Kiev recusou, considerando as exigências inaceitáveis.A SCO é apresentada por Pequim e Moscovo como um contraponto à NATO. No entanto, ao contrário da NATO, a SCO não possui cláusulas de defesa mútua e apresenta-se como uma plataforma de cooperação política, económica e em matéria de segurança.À margem da cimeira de Tianjin, Putin deverá reunir-se esta segunda-feira com os Presidentes da Turquia e do Irão e com o primeiro-ministro da Índia. Xi Jinping e Putin deverão ter um encontro bilateral na terça-feira, em Pequim.Zelensky reúne-se com líderes europeus. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e vários líderes europeus vão reunir-se na quinta-feira em Paris, segundo disse esta segunda-feira fonte política europeia à agência AFP.Esta reunião foi planeada para discutir garantias de segurança para a Ucrânia e para se tentarem avanços diplomáticos, já que a Rússia está a ‘arrastar a situação novamente”, disse a fonte, que não se quis identificar, à AFP.A presidente da Comissão Europeia garantiu, no domingo, que a Europa está a trabalhar em “planos bastante precisos” de envio de tropas para a Ucrânia, com o apoio norte-americano, quando houver um acordo de paz com a Rússia.Em entrevista ao jornal Financial Times, Ursula von der Leyen disse que, quando houver um acordo de paz, Kiev precisará de “um número bastante significativo de militares com bons salários e, claro, equipamento moderno”.Segundo Von der Leyen, a participação numa força multinacional é uma decisão política soberana de cada Estado-membro, embora tenha alertado que há uma grande urgência e que os planos já estão “a ganhar forma”.Ao Financial Times, fontes ligadas às conversações fizeram referência ao envio “de dezenas de milhares de militares europeus com o apoio dos Estados Unidos (EUA)”, tal como foi proposto na reunião realizada no mês passado em Washington entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, e vários líderes europeus..Von der Leyen diz que Europa está a desenhar planos "precisos" para enviar tropas para a Ucrânia.Kiev angariou mais de dois mil milhões de dólares para comprar armas.O Presidente da Ucrânia anunciou que conseguiu mobilizar mais de dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) de vários países europeus para comprar armas aos EUA e fortalecer o exército ucraniano."O nosso objetivo é [angariar] nada menos de mil milhões de dólares [854 milhões de euros] para o programa a cada mês", disse Volodymyr Zelensky, no habitual discurso à nação, na noite de domingo.O chefe de Estado explicou que os atuais financiadores da iniciativa são os Países Baixos, a Noruega, a Suécia, a Dinamarca, a Bélgica e a Letónia, assim como o Canadá.Zelensky acrescentou que o dinheiro será utilizado para comprar sistemas de armas aos EUA, como lançadores de mísseis antiaéreos Patriot e lançadores de mísseis HIMARS, além de outras tecnologias militares.O Presidente norte-americano, Donald Trump, deixou de enviar armas para a Ucrânia gratuitamente, como fazia o seu antecessor, Joe Biden.Em vez disso, aprovou uma fórmula que permite a Kiev receber novos equipamentos militares pelos quais outros países europeus pagam.A administração Trump está a apelar à Europa para que assuma um papel mais importante nos esforços para apoiar a Ucrânia e conter a agressão militar russa.Também no domingo, Volodymyr Zelensky anunciou “novos ataques profundos” para contrariar as ofensivas das forças russas.