Rasto de destruição numa localidade perto de Kiev após ataque russo
Rasto de destruição numa localidade perto de Kiev após ataque russoEPA/SERGEY DOLZHENKO

Rússia acusa Kiev de medidas "provocatórias", com apoio de "alguns países europeus", para impedir negociações

Zelensky já tinha acusado Putin de não querer terminar com a guerra, tendo alertado para "novas operações ofensivas” da Rússia.
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A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de não quererem terminar com a guerra ou de estarem a impedir as negociações para o fim do conflito, que dura há mais de três anos.

“Kiev, com o apoio de alguns países europeus, tomou uma série de medidas provocatórias para impedir as negociações", declarou esta terça-feira o Ministério da Defesa russo, em comunicado.

A Rússia fez saber que os ataques aéreos de grande escala contra a Ucrânia dos últimos dias são uma "resposta" aos drones ucranianos contra a população civil russa, segundo a AFP. Na nota, Moscovo acusa Kiev de tentar, assim, “perturbar” os esforços de paz.

Para o Ministério da Defesa da Rússia, citado pela Reuters, a Ucrânia aumentou de forma significativa, desde 20 de maio, os ataques com drones e mísseis em direção ao território russo, com recurso a munições fornecidas por países do ocidente, tendo sido atingidas áreas civis.

O ministério disse ainda que, entre a noite de 20 de maio e a manhã desta terça-feira, os sistemas de defesa aérea russos destruíram 2.331 drones ucranianos.

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Também a Ucrânia diz ter sido alvo de ataques aéreos russos em larga escala contra o seu território, entre a noite de sexta e a madrugada desta segunda-feira.

Aliás, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o homólogo russo, Vladimir Putin, tinha “ficado completamente louco" na sequência dos ataques do passado fim de semana contra território ucraniano.

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A ofensiva russa em grande escala aconteceu depois de Ucrânia e Rússia terem estado à mesma mesa das negociações naquelas que foram as primeiras conversações diretas dos dois países desde março de 2022.

Não se chegou, no entanto, a nenhum acordo de cessar-fogo na reunião de 16 de maio na Turquia. "Por iniciativa da Federação Russa, o diálogo direto russo-ucraniano para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia foi retomado", sublinhou o Ministério da Defesa russo.

"Putin e a sua comitiva não planeiam terminar a guerra", acusa Zelensky

Agora, Moscovo e Kiev trocam acusações, colocando em causa as reais intenções em avançar com os esforços diplomáticos para se chegar a um acordo.

O presidente ucraniano, aliás, afirmou que "Putin e a sua comitiva não planeiam terminar a guerra" e alertou para "novas operações ofensivas” da Rússia.

"Atualmente, não há indícios de que estejam a considerar seriamente a paz ou a diplomacia. Pelo contrário, há amplas provas de que estão a preparar novas operações ofensivas”, atirou Volodymyr Zelensky, durante a mensagem diária, que publica nas redes sociais.

Nesse sentido, anunciou ter pedido um reforço das defesas aéreas para conter os ataques russos.

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Zelensky diz que Putin não planeia terminar a guerra e alerta para "novas operações ofensivas” da Rússia

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