Rússia e China vetam resolução dos EUA para cessar-fogo imediato em Gaza
A Rússia e a China vetaram esta sexta-feira um projeto de resolução proposto pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU que determinava "um cessar-fogo imediato e sustentado" na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.
O texto, da autoria de Washington, recebeu 11 votos a favor, uma abstenção e três votos contra, entre eles da Rússia e da China, dois membros permanentes do Conselho de Segurança.
A resolução, proposta após mais de cinco meses de guerra, marcou a primeira vez que os Estados Unidos pediram um cessar-fogo imediato em Gaza no Conselho de Segurança, após terem vetado vários projetos de resolução apresentados por outros países.
França quer acrodo com base na sua proposta de cessar-fogo
França defendeu um acordo no Conselho de Segurança da ONU com base num texto francês, após o veto russo e chinês.
"O Conselho de Segurança deve agora decidir sobre um cessar-fogo imediato e sobre o acesso humanitário. Após o veto da Rússia e da China, há alguns minutos, vamos recomeçar com base no projeto de resolução francês no Conselho de Segurança e trabalhar com os nossos parceiros norte-americanos, europeus e árabes para chegar a um acordo", declarou o Presidente francês, Emmanuel Macron, no final de uma cimeira europeia em Bruxelas.
"Temos um projeto de resolução que estamos a reapresentar e a trabalhar com vários parceiros. Este projeto, se for, como começámos a fazer, trabalhado com vários parceiros regionais, em particular do mundo árabe, pode levantar os vetos que foram expressos contra a proposta norte-americana", declarou Macron.
Citando a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos (EAU) como parceiros, Macron considerou que o trabalho diplomático efetuado com estes países pode ajudar a "convencer a China e a Rússia a não vetar".
Macron congratulou-se com o facto de os Estados Unidos terem "mudado de posição" e estarem agora "claramente a defender um cessar-fogo".
"Durante muito tempo houve relutância americana. Agora, essa relutância foi levantada e, graças ao que aconteceu nas últimas horas, o nosso texto está agora numa base sólida. É um facto positivo", afirmou.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 07 de outubro, os norte-americanos opuseram-se sistematicamente à utilização do termo "cessar-fogo" nas resoluções da ONU, bloqueando três textos.
Mas decidiram finalmente submeter hoje a votação um texto que referia "a necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro para proteger os civis de todas as partes, para permitir a prestação de assistência humanitária essencial (...) e, com isto em mente, apoia inequivocamente os esforços diplomáticos internacionais para alcançar esse cessar-fogo em ligação com a libertação dos reféns ainda detidos".