Quatro mortos em ataques ucranianos na fronteira russa. "24 horas muito difíceis"

Quatro mortos em ataques ucranianos na fronteira russa. "24 horas muito difíceis"

Ataques ucranianos ocorreram após ofensiva russa que destruiu um hospital pediátrico em Kiev e provocou dezenas de mortos em várias cidades. As Nações Unidas pedem uma investigação.
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Pelo menos quatro pessoas morreram em ataques ucranianos na região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, nas últimas 24 horas, disse esta terça-feira o governador, com Moscovo a anunciar também a destruição de 38 drones.

"Estas 24 horas foram muito difíceis para a região de Belgorod. Quatro pessoas morreram, 20 ficaram feridas, 17 ainda estão em instituições médicas, duas delas em estado grave", escreveu Vyacheslav Gladkov na plataforma de mensagens Telegram.

O presidente da câmara de Belgorod, capital administrativa da região, disse anteriormente que as forças ucranianas lançaram ataques noturnos em toda a região.

"As forças armadas ucranianas continuam a atacar localidades na região de Belgorod", afirmou Valentin Demidov também no Telegram.

Autoridades russas relataram ataques noutras regiões da Rússia ocidental, incluindo Kursk, Voronezh, Volgogrado, Rostov e Astrakhan.

As forças russas destruíram esta madrugada 38 drones ucranianos, disse o Ministério da Defesa russo.

"Os sistemas de defesa aérea em operação destruíram e intercetaram três drones na região de Belgorod, sete drones na região de Kursk, dois drones na região de Voronezh, 21 drones na região de Rostov e cinco drones na região de Astrakhan", escreveu o Ministério no Telegram.

O governador de Astrakhan, Igor Babushkin, relatou uma "tentativa maciça de atacar alvos com drones" no norte da região, acrescentando que o ataque tinha sido "repelido com sucesso". 

Pelo menos 37 pessoas morreram, incluindo três crianças, e mais de 170 ficaram feridas, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Os ataques danificaram cerca de 100 edifícios, incluindo várias escolas e uma maternidade, acrescentou.

ONU pede investigação ao ataque contra hospital de Kiev

As Nações Unidas, entretanto, consideram que existe uma "forte probabilidade" de o hospital pediátrico de Kiev ter sido atingido por um "disparo direto" de um míssil russo e pedem uma investigação.

A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Ucrânia, Danielle Bell, disse esta terça-feira em Genebra que é necessária uma investigação mais aprofundada com análise de imagens vídeo.

Danielle Bell disse que o hospital foi atingido por um míssil de cruzeiro KH101 "lançado pela Federação Russa".

Cerca de 400 membros dos serviços de emergência continuam a trabalhar no resgate no hospital infantil Ohmatdit, em Kiev, e em outros locais da capital atingidos pelo ataque russo de segunda-feira, declarou o Presidente da Ucrânia.

"Nos locais atingidos por mísseis, o trabalho de emergência e resgate não parou durante toda a noite", declarou Volodymyr Zelensky nas suas redes sociais, confirmando que 38 pessoas morreram no ataque russo de segunda-feira a Kiev e à região de Dnipropetrovsk, no centro da Ucrânia. Dessas 38 mortes, 27 ocorreram na capital do país.

Segundo o Presidente ucraniano, o número de feridos subiu para 190 pessoas, dos quais 64 estão hospitalizados em Kiev e outros 28 em Kryvyi Rih, a cidade industrial de Dnipropetrosvsk, onde morreram dez pessoas.

Zelensky também afirmou que o seu Governo continua a trabalhar "para fortalecer a proteção" das cidades ucranianas contra ataques russos.

"Haverá decisões. O mundo tem a força necessária para isso", acrescentou Zelensky, que estará hoje a Washington para participar na cimeira da NATO. 

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