Putin e Trump no Alasca
Putin e Trump no AlascaEPA/SERGEY BOBYLEV/SPUTNIK/KREMLIN POOL / POOL MANDATORY CREDIT

Putin pede Donetsk e Lugansk para acabar guerra. EUA propõe a Kiev garantias de segurança similares às da NATO

Oferta é o primeiro avanço conhecido da cimeira entre os presidentes de Rússia e EUA, que terminou sem acordo de cessar-fogo. Putin disse no Kremlin que discutiu a paz com Trump "de forma justa".
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Vladimir Putin terá pedido que a Ucrânia abrisse mãos de dois dos territórios que a Rússia atualmente ocupa, Donetsk e Lugansk, em troca do fim da guerra.

Esta proposta foi apresentada na reunião desta quarta-feira entre o presidente russo e o homólogo norte-americano, Donald Trump, avança o Financial Times, que cita quatro pessoas envolvidas diretamente nas negociações.

Esta oferta é o primeiro avanço conhecido da cimeira entre Putin e Trump, que terminou sem acordo de cessar-fogo nem propostas oficiais.

A Rússia estaria assim disposta a abdicar das outras regiões que ocupa na Ucrânia.

Entretanto, os Estados Unidos propuseram à Ucrânia garantias de segurança semelhantes às oferecidas aos países da NATO, mas sem incluir a adesão formal à Aliança, revelou uma fonte diplomática à AFP.

“Como uma das garantias de segurança para a Ucrânia, a parte americana propôs uma garantia de tipo artigo 5, fora da NATO, com o acordo prévio de (Vladimir) Putin”, indicou a fonte que pediu anonimato.

A mesma fonte acrescentou que a proposta foi feita a Kiev no sábado, durante a chamada telefónica entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, e “reiterada” posteriormente no telefonema com líderes europeus.

A proposta surge após a cimeira realizada na passada sexta-feira no Alasca entre Donald Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que terminou sem anúncios concretos sobre a resolução da guerra, mas abriu a porta a novos contactos diplomáticos.

Nesse enquadramento, está marcada para segunda-feira uma reunião em Washington entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir estas garantias e outras medidas de segurança, para a qual foram ainda convidados líderes europeus.

Putin e Trump no Alasca
Trump vai reunir-se com Zelensky na segunda-feira em Washington e também convidou os líderes europeus

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou este sábado “os esforços” de Trump para o fim da guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou para os riscos de incumprimento por parte do Kremlin, sublinhando a “propensão” da Rússia a não cumprir os seus compromissos, e apelou para que a “pressão” sobre Moscovo seja mantida enquanto não houver uma paz duradoura.

As posições de Londres e Paris refletem a preocupação europeia com a segurança da Ucrânia, num momento em que Kiev procura reforçar garantias junto dos aliados ocidentais, face aos avanços russos no terreno.

Putin diz que discutiu com Trump paz "de forma justa"

Entretanto, o presidente russo Vladimir Putin disse este sábado que discutiu formas de terminar a guerra na Ucrânia "de forma justa", na cimeira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, defendendo a “eliminação das causas iniciais”.

"Tivemos a oportunidade, e aproveitámo-la, de discutir as origens e as causas desta crise [a guerra na Ucrânia]. É precisamente a eliminação das causas iniciais que deve ser a base da solução", afirmou Putin, numa reunião no Kremlin.

No encontro, em que participaram responsáveis da administração presidencial, do Governo e da Duma (câmara baixa do parlamento) e representantes ministeriais, Putin realçou que a cimeira com Trump foi "oportuna" e "muito útil", de acordo com os comentários publicados pelo Kremlin.

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