Presidente da República Checa diz que pessoas transgénero são "nojentas"
O Presidente da República Checa, Milos Zeman, afirmou que as pessoas transgénero são "nojentas" durante uma entrevista a uma estação de televisão.
À CNN Prima, uma filiada da CNN, Zeman disse não compreender quem decide submeter-se a uma operação de mudança de sexo. "Posso entender os gays, lésbicas e por aí diante. Sabe quem não compreendo? As pessoas transgénero", começou por dizer.
"Se uma pessoa se submete a uma operação de mudança de sexo, está a cometer um crime de automutilação. Cada operação é um risco e, para mim, os transexuais são nojentos", afirmou no domingo o chefe de Estado da República Checa.
À estação de televisão, Milos Zeman manifestou também a sua posição face à polémica lei que foi aprovada na Hungria e que proíbe a "promoção" da homossexualidade junto dos menores de 18 anos - alvo de duras críticas por parte de vários países da União Europeia (UE) e da presidente da Comissão Europeia.
Enquanto países da UE e organizações de direitos humanos manifestam-se contra esta lei, considerando-a, por exemplo, discriminatória, o presidente checo defende que uma condenação é uma intromissão nos assuntos internos do país.
"Viktor Orban diz que não é contra os homossexuais, mas sim contra a manipulação não só dos pais, mas também das crianças na educação sexual", argumentou Zeman, colocando-se ao lado do primeiro-ministro húngaro.
"Não vejo razões para discordar dele", considerou ainda o presidente checo.
No dia 23 de junho, o Presidente húngaro, János Áder, promulgou a polémica lei que proíbe que se fale a menores de 18 anos sobre a homossexualidade nas escolas e na imprensa e que gerou tensão entre a Hungria e a UE.
Em comunicado, Áder afirmou que a lei não contém qualquer disposição que determine como deve viver um maior de idade e não fere o direito ao respeito da vida privada, consagrado na Constituição.
A lei, aprovada a 15 de junho, desencadeou duras críticas por parte de 15 países da UE e também da presidente da Comissão Europeia, que considerou o diploma "uma vergonha".
Ursula von der Leyen afirmou que a lei húngara "discrimina claramente as pessoas com base na sua orientação sexual" e que "vai contra todos os valores fundamentais da União Europeia".