Pentágono vai mesmo afastar militares transgénero. "É uma purga"
EPA/US MARINE CORPS / SGT. KYLE CHAN (Arquivo)

Pentágono vai mesmo afastar militares transgénero. "É uma purga"

Memorando do Pentágono indica que os EUA irão afastar das forças armadas os militares transgénero, a não ser que obtenham uma autorização especial dada pelo governo.
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O Pentágono vai mesmo afastar os militares transgénero das forças armadas, uma medida que surge após uma ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

De acordo com um memorando, com a data de 26 de fevereiro, mas divulgado esta quinta-feira pela Reuters, os EUA deverão começar a afastar os militares transgénero das forças armadas, a não ser que obtenham uma autorização especial dada pelo governo.

O procedimento do Pentágono deve passar por identificar os militares que são transgénero no prazo de 30 dias e, nos 30 dias seguintes, irá dispensá-los das forças armadas, explica a agência de notícias.

"Os membros do serviço que tenham um diagnóstico atual ou um historial de disforia de género, ou que apresentem sintomas compatíveis com essa disforia, serão processados para serem separados do serviço militar”, refere o documento, que foi divulgado no âmbito de um processo judicial.

São reconhecidos "apenas dois sexos: masculino e feminino”, diz o memorando. “O sexo de um indivíduo é imutável, não se altera durante a vida de uma pessoa. Todos os membros do serviço só servirão de acordo com o seu sexo”, lê-se ainda.

É considerada uma medida sem precedentes que tem, no entanto, uma exceção. Não serão afastados do serviço militar transgéneros que tenham uma autorização especial, desde que exista um interesse do governo de Trump em manter o militar "que apoia diretamente as capacidades de combate”.

“É política do Governo dos Estados Unidos estabelecer padrões elevados para a prontidão, letalidade, coesão, honestidade, humildade, uniformidade e integridade dos membros das forças armadas”, indica o memorando do Pentágono.

De acordo com o documento, "esta política é incompatível com as restrições médicas, cirúrgicas e de saúde mental impostas aos indivíduos com disforia de género ou que tenham um diagnóstico atual ou uma história de disforia de género, ou que apresentem sintomas compatíveis com essa disforia”.

Segundo a Reuters, não é obrigatório que os militares transgénero se identifiquem.

As vozes contra esta medida já se fazem ouvir. “O âmbito e a gravidade desta proibição não têm precedentes. É uma purga completa de todos os indivíduos transgénero do serviço militar”, disse à agência de notícias Shannon Minter, do Centro Nacional para os Direitos das Lésbicas (NCLR).

No mês passado, quando assinou a ordem executiva sobre esta matéria, Donald Trump afirmou que um homem que se identificava como mulher “não era consistente com a humildade e abnegação exigidas a um elemento do serviço” militar.

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