Pelo menos seis mortos e 30 feridos civis em ataques russos contra cidades ucranianas
Pelo menos seis civis mortos e 30 feridos é o balanço dos ataques russos desta segunda-feira contra cidades do sul e leste da Ucrânia com bombas, drones e um míssil balístico, contabilizou a agência AP.
Os drones russos atingiram a cidade de Mykolaiv, no sul do país, matando cinco pessoas e ferindo uma mulher de 45 anos, segundo as autoridades locais.
A cidade está localizada a cerca de 60 quilómetros a noroeste da linha da frente na região de Kherson e é frequentemente alvo de ataques russos.
Um ataque noturno em Zaporijia, também no sul, com três potentes bombas planadoras matou uma pessoa e feriu outras 21, incluindo um rapaz de quatro anos, informou a Polícia Nacional da Ucrânia.
Os ataques destruíram parcialmente um edifício de apartamentos de dois andares e danificaram um dormitório.
Em Kryvyi Rih, a cidade natal do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no centro da Ucrânia, um edifício de apartamentos de cinco andares foi atingido por um míssil balístico russo, o que resultou em pelo menos oito feridos, relataram as autoridades.
Entretanto, a agência de informação ucraniana afirmou, em comunicado, ter destruído um helicóptero de assalto russo Mi-24 estacionado na região de Moscovo. A alegação não foi confirmada de forma independente, segundo a AP.
O Ministério da Defesa russo disse hoje que 17 drones ucranianos foram destruídos sobre as regiões russas de Kursk, Belgorod e Voronezh durante a noite e a manhã.
O chefe de Estado ucraniano sublinhou a intensificação dos ataques russos em zonas civis.
"Todos os dias, todas as noites, a Rússia executa o mesmo terror. Só que um número crescente de objetos civis estão a tornar-se alvos", afirmou Zelensky numa mensagem publicada na aplicação de mensagens Telegram.
Tanto a Rússia, como a Ucrânia aguardam para ver como Washington poderá mudar a política em relação à guerra, iniciada em fevereiro de 2022, depois de o republicano Donald Trump voltar a ocupar a presidência.
Os EUA são o maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, mas Trump repreendeu a administração de Joe Biden por ter dado a Kiev dezenas de milhares de milhões de dólares de ajuda.
Tropas russas entram em cidade ucraniana da região de Donetsk
Entretanto, soldados russos e ucranianos estavam esta segunda-feira a combater no interior da cidade de Kurakhov, um importante reduto ucraniano de Donetsk, anunciou o líder da região anexada pela Rússia, Dmitry Pushilin.
"A cidade está a ser capturada" aos ucranianos, disse Pushilin à televisão russa, segundo a agência espanhola EFE.
Pushilin referiu que as tropas russas estavam também a tentar "cortar as linhas de abastecimento do inimigo", numa clara tentativa de cercar a cidade, que tinha cerca de 20.000 habitantes antes do início dos combates.
"É muito importante libertar a cidade, porque assim que Kurakhov for libertada, assim que as forças russas avançarem, o inimigo não terá qualquer possibilidade física de chegar à cidade de Donetsk com a sua artilharia", afirmou.
Acrescentou que também são lançados 'drones' a partir da zona de Kurakhov, causando vítimas entre a população civil do Donbass controlado pela Rússia.
De acordo com 'bloggers' russos e ucranianos, unidades russas entraram na parte oriental e nordeste da cidade, o que foi confirmado pela plataforma de análise de guerra "DeepState".
A imprensa internacional calcula que menos de mil civis permanecem em Kurakhov, a maioria em caves sem água, aquecimento ou eletricidade.
O próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já reconheceu as dificuldades em defender a cidade.
Nos últimos dias, segundo o Estado-Maior do exército ucraniano, os russos lançaram dezenas de ataques na direção de Kurakhov e também de Pokrovsk (60.000 habitantes), o principal alvo da atual ofensiva de Moscovo.
"Vemos as nossas unidades a avançar em praticamente todos os setores da frente", afirmou Pushilin.
O Ministério da Defesa russo comunicou hoje a tomada da pequena cidade de Kolisnikivka, situada a uma curta distância da cidade de Kupiansk, na região nordeste de Kharkiv.
A situação na linha da frente "continua complicada e mostra sinais de escalada", disse o comandante-chefe do exército ucraniano, Oleksander Sirski, no sábado, numa conversa com o comandante das Forças Armadas norte-americanas na Europa, general Christopher Cavoli.
De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra, apesar de a Rússia ter capturado 1.500 quilómetros quadrados de território ucraniano nos últimos dois meses, não pode sustentar indefinidamente as pesadas perdas em tropas e equipamento.
O exército russo perdeu quase 80.000 soldados entre mortos e feridos em setembro e outubro, de acordo com estimativas de Kiev.
Segundo o New York Times, que cita fontes ucranianas e norte-americanas, a Rússia está a reunir até 50.000 soldados, incluindo norte-coreanos, para libertar a região de Kursk, parcialmente controlada pelas forças ucranianas nos últimos três meses.
A guerra em curso foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022