Os símbolos no corpo do Papa: o anel de prata de Buenos Aires, o rosário, a casula vermelha e o pálio
O corpo do Papa Francisco vai ser transferido na quarta-feira para a Basílica de São Pedro, mas até lá está a ser velado na capela da Casa de Santa Marta, onde Jorge Bergoglio viveu nos últimos 12 anos. Mas se o Papa argentino preferiu não ser embalsamado, como manda a tradição, mas antes preparado com injeções para retardar a decomposição do corpo, este exibe alguns dos símbolos e vestimentas tradicionais.
O chefe da Igreja Católica deixou instruções para, depois de morto, ser colocado num simples caixão de madeira e zinco e não no cadafalso nem nos três caixões - um em madeira de ciprestes, um em zinco e um em madeira de ulmeiro - usados pelos anteriores pontífices.
Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, o corpo de Francisco enverga as vestes sagradas: a casula vermelha, cuja cor simboliza o amor e também o sangue derramado por Cristo, que os sacerdotes geralmente usam no Domingo de Ramos, na Sexta-Feira Santa, na Festa da Cruz e no Pentecostes. O Papa usa também o pálio, ou seja, a estola branca que os sacerdotes geralmente colocam nos ombros para manusear a hóstia consagrada.
Segundo a tradição, a estola do Papa foi confeccionada com lã de dois cordeiros dos monges trapistas de Tre Fontane e tecida pelas freiras de clausura de Santa Cecília em Trastevere.
Na cabeça tem a mitra branca. Antigamente, em ocasiões solenes, os Papas usavam a tiara, o cocar de metal precioso composto por três coroas sobrepostas para indicar o seu triplo poder: “Pai dos príncipes e dos reis, Reitor do mundo, Vigário de Cristo na Terra”. Mas esta foi abolida por Paulo VI.
No anelar da mão direita Francisco usa o anel de prata que sempre usou desde os tempos de bispo em Buenos Aires. Este não é o Anel Pescador, que o Papa recebe na missa de início do seu pontificado e que é quebrado à sua morte, para simbolizar o fim do seu poder temporal.
E tem um rosário entre os dedos: o Papa sempre foi muito devoto de Nossa Senhora, tanto que quis ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior e não na cripta da Basílica de São Pedro, onde estão muitos dos seus antecessores, incluindo Bento XVI.
Segundo o Corriere, o “rogito”, ou seja, o escrito que contém um breve resumo do seu pontificado, também deverá ser colocado no caixão, fechado num tubo de metal. E em teoria também a medalha e as moedas cunhadas durante estes 12 anos.