Zelensky esteve em Paris onde agradeceu apoio da França e de Macron.
Zelensky esteve em Paris onde agradeceu apoio da França e de Macron.EPA / SARAH MEYSSONNIER / POOL

O plano B de von der Leyen para ajudar Kiev a financiar a sua defesa

Contração de dívida nos mercados com apoio do orçamento da UE ou acordos bilaterais para empréstimos individuais a nível nacional são alternativas a empréstimo de reparação indexado aos ativos russos.
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Contração de dívida nos mercados com o apoio do orçamento da UE ou acordos bilaterais para empréstimos individuais a nível nacional. Estas são as opções em cima da mesa da União Europeia para ajudar a Ucrânia a financiar a sua defesa se o esforço para emitir um empréstimo de reparação indexado aos ativos russos nos países membros falhar.

Este plano B foi traçado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e apresentado aos líderes dos 27 numa carta a que o The Guardian e a Euronews tiveram acesso, como alternativa ao empréstimo que continua a ser visto como a melhor opção pela maioria dos Estados-membros, mas que enfrenta a oposição da Bélgica. Esta tem 140 mil milhões de euros de ativos russos congelados no repositório financeiro Euroclear, fazendo com que o primeiro-ministro Bart De Wever tenha exigido “o máximo” de segurança jurídica e garantias estanques de todos os Estados-membros para assegurar a “mutualização total” dos riscos e transparência para localizar outros ativos soberanos.

“Se tirarem o dinheiro do meu país, se as coisas correrem mal, não sou capaz, e certamente não estou disposto, a pagar 140 mil milhões de euros numa semana”, disse De Wever, citado pela Euronews. Além disso, o Estado belga considera que será sobrecarregado com processos judiciais dispendiosos, caso a Rússia ou quaisquer associados nos processem por causa dos ativos no final da guerra.

Von der Leyen não esconde que prefere a opção do empréstimo de reparação indexado aos ativos russos, que se baseia na ideia de que a Rússia acabaria por concordar em pagar reparações à Ucrânia. Citando um dia nas últimas semanas em que a Rússia lançou mais de 40 mísseis balísticos e de cruzeiro e quase 500 drones contra a infraestrutura energética da Ucrânia, a líder europeia escreveu: “A mensagem que enviamos agora deve ser muito clara: a Europa está ao lado da Ucrânia.”

Ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, esteve esta segunda-feira o presidente francês Emmanuel Macron. Numa visita a Paris, Zelensky, assinou um acordo para compra de 100 aviões de combate Rafale, além de sistemas de defesa aérea e drones.

O presidente ucraniano disse estar “profundamente grato à França, ao presidente Emmanuel Macron e a todo o povo francês” pelo apoio a Kiev desde a invasão russa, em fevereiro de 2022. Aos jornalistas, Macron afirmou que a Ucrânia e os aliados estão prontos para as conversações de paz, mas, defendeu o chefe de Estado francês, Moscovo não quer o fim do conflito, tendo em conta os mais recentes ataques russos contra infraestruturas energéticas ucranianas. “A Rússia não quer a paz”, disse.

E no dia em que a Polónia considerou como um “ato de sabotagem” a explosão que destruiu uma linha ferroviária no seu território também usada para transportar armas com destino à Ucrânia, sugerindo o envolvimento “de serviços de inteligência estrangeiros”, sem contudo nomear diretamente um país e aumentando os receios de que o conflito com a Rússia ultrapasse oficialmente as fronteiras da Ucrânia, também José Manuel Durão Barroso deixou um alerta. O antigo presidente da Comissão Europeia defendeu a necessidade de a Europa estar preparada para uma guerra contra a Rússia. Em entrevista à Lusa, à margem do Fórum EuroAméricas, em Carcavelos, o antigo primeiro-ministro português afirmou que a Polónia está a preparar-se ativamente para uma guerra e disse ser “muito possível” que Portugal tenha de participar num conflito alargado.

Zelensky esteve em Paris onde agradeceu apoio da França e de Macron.
Usada para levar "armas para a Ucrânia". Explosão em linha ferroviária na Polónia foi "ato de sabotagem"

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