Novas imagens mostram helicóptero de Nova Iorque a partir-se no ar antes do acidente que matou seis pessoas
As autoridades federais dos Estados Unidos divulgaram esta quarta-feira imagens do helicóptero turístico de Nova Iorque a desfazer-se a meio do ar no mês passado, num acidente que provocou seis vítimas mortais, entre eles o executivo da Siemens Agustin Escobar, a mulher e os três filhos.
As imagens retiradas do vídeo da câmara de vigilância mostram a fuselagem, que continha o motor e os rotores, a separar-se da cauda do helicóptero, com as pás do rotor e a transmissão a separar-se da cabine que transportava os passageiros e o piloto.
As imagens foram incluídas no relatório preliminar sobre o voo divulgado pelo National Transportation Safety Board (NTSB). “Várias testemunhas descreveram ter ouvido vários estrondos altos vindos do helicóptero antes de este se partir e descer no rio”, indica o documento citado pela AP.
Justin Green, advogado de aviação e antigo piloto de helicópteros da Marinha, sugeriu que provavelmente a cauda foi atingida pelas pás do rotor principal da aeronave durante o voo, uma vez que a a sequência de imagens mostra o helicóptero a guinar fortemente e a cauda a falhar.
“É claro que algum problema mecânico precipitou a separação. Ainda não sabemos os problemas exatos, apenas as potenciais causas”, afirmou, citado pela AP.
O relatório preliminar do NTSB, com cerca de seis páginas, não faz qualquer referência à causa inicial da "avaria da aeronave durante o voo", que provavelmente será determinada através de uma perícia forense aos destroços.
A aeronave, um Bell 206L-4, foi construída em 2004 e teve um problema de manutenção em setembro do ano passado devido ao seu conjunto de transmissão, segundo os registos da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.
O NTSB referiu também que fotografias tiradas antes do acidente mostram que o piloto, Seankese Johnson, estava a usar óculos de sol aumentados por computador, que teriam capacidade para gravar vídeo e áudio. Porém, ainda não foi possível recuperar os óculos. A aeronave, operada pela empresa de turismo New York Helicopter, não estava equipada com qualquer dispositivo que pudesse efetuar a gravação.
O relatório preliminar indica ainda que Johnson recebeu a sua licença de piloto comercial em 2023 e havia registado 790 horas de voo, embora não tivesse muita experiência específica a pilotar um Bell 206L-4.
O piloto trabalhava num "horário de 10 dias sim/10 dias não" e esse voo de 10 de abril aconteceu no seu primeiro dia de regresso após 10 dias de folga, tendo sido o oitavo do dia para o piloto e para o helicóptero.
Seis pessoas morreram no acidente de helicóptero no rio Hudson, na cidade de Nova Iorque. Entre as vítimas estava um executivo espanhol da multinacional Siemens, Agustín Escobar, bem como a sua mulher, Mercé Camprubí Montal, que exercia um cargo diretivo na mesma empresa, e os seus três filhos, de 4, 5 e 11 anos.
A família espanhola tinha chegado a Nova Iorque nessa manhã para festejar o aniversário de uma das crianças e aproveitou o momento para sobrevoar a cidade de helicóptero, um dos passeios turísticos mais requisitados.
Os céus de Manhattan estão constantemente cheios de aviões e helicópteros, aeronaves privadas de recreio e voos comerciais e turísticos. Manhattan tem vários heliportos que transportam executivos e outras pessoas para destinos em toda a área metropolitana.
Ao longo dos anos, ocorreram vários acidentes, incluindo uma colisão entre um avião e um helicóptero turístico sobre o rio Hudson em 2009, que matou nove pessoas, e a queda em 2018 de um helicóptero fretado que oferecia voos de "portas abertas" que caiu no East River, matando cinco pessoas.