"Não temos nada a esconder". Trump pede a republicanos que aprovem divulgação dos arquivos de Epstein
EPA/VINCENT THIAN / POOL

"Não temos nada a esconder". Trump pede a republicanos que aprovem divulgação dos arquivos de Epstein

Está prevista para esta terça-feira (18) a votação relativa à divulgação de todos os documentos relacionados com Epstein, após terem sido divulgados emails em que o nome de Trump voltou a emergir.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudou posição e pediu aos congressistas republicanos que aprovem a divulgação dos documentos do pedófilo Jeffrey Epstein, numa votação que está prevista para terça-feira. 18 de novembro.

"Os republicanos da Câmara [dos Representantes] devem votar a favor da divulgação dos arquivos de Epstein porque não temos nada a esconder, e é hora de superar esse embuste democrata perpetrado por lunáticos da esquerda radical para desviar a atenção do grande sucesso do Partido Republicano", escreveu Trump, no domingo (16), na rede social que detém, Truth Social.

A publicação ocorre horas depois de meios de comunicação norte-americanos terem noticiado que os republicanos vão discutir na terça-feira, na Câmara dos Representantes - a câmara baixa do parlamento dos Estados Unidos, liderada por um republicano aliado de Trump -, a divulgação de todos os documentos relacionados com Epstein, depois de na semana passada terem sido divulgados emails em que o nome de Trump voltou a emergir.

O presidente norte-americano garantiu na sexta-feira que "não sabia nada" sobre as ações de Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão em 2019, antes de ser julgado por exploração sexual de menores.

Trump anunciou que iria pedir ao Departamento de Justiça e à polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, que investiguem as ligações entre Epstein e várias figuras e instituições, incluindo o antigo presidente democrata Bill Clinton (1993-2001).

O republicano indicou que, para além de Clinton, o antigo secretário do Tesouro democrata Larry Summers, o investidor, empresário e cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, o banco JP Morgan Chase e "muitas outras pessoas e instituições" devem ser alvo de uma investigação.

"Os registos mostram que estes homens, e muitos outros, passaram grande parte da vida com Epstein e na sua 'ilha'", acrescentou o magnata, numa mensagem publicada também na Truth Social.

Trump acusou ainda na sexta-feira os democratas de criarem uma "farsa política" e de "fabricarem" o caso. "Jeffrey Epstein era um democrata, é um problema dos democratas, não dos republicanos", escreveu.

Durante a campanha para as eleições presidenciais, Trump chegou a prometer "grandes revelações" sobre o caso Epstein.

Mas, desde que regressou ao poder, em janeiro, o líder norte-americano tem insistido que o processo judicial e mediático sobre Epstein é "uma manipulação política destinada a enfraquecer" a Administração republicana.

O escândalo ganhou novo fôlego esta semana depois da divulgação de 'emails' atribuídos a Epstein, nos quais o empresário afirma que Trump "sabia das raparigas" que sofreram abusos e que "passou várias horas" com uma das vítimas.

"Não temos nada a esconder". Trump pede a republicanos que aprovem divulgação dos arquivos de Epstein
Novos emails revelados. Epstein afirmou que Trump "sabia das raparigas" e passou horas com uma das vítimas

O Presidente norte-americano tem negado repetidamente qualquer envolvimento ou conhecimento dos crimes cometidos por Epstein e pela cúmplice, Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão por tráfico sexual de menores.

Epstein, figura influente da alta sociedade nova-iorquina e próxima de políticos e empresários, foi encontrado morto na prisão em 2019, antes do início do julgamento.

A morte foi oficialmente classificada como suicídio, mas continua a alimentar teorias da conspiração sobre uma eventual eliminação de Epstein para silenciar testemunhos comprometedores.

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