Benjamin Netanyahu disse que a reunião que teve com Donald Trump esta segunda-feira, 29 de dezembro, em Mar-a-Lago, no estado norte-americano da Florida, foi "muito, muito produtiva".O primeiro-ministro israelita elogiou o presidente dos Estados Unidos pela sua "extraordinária amizade" e pelos "feitos notáveis no Médio Oriente", resultado de um trabalho de grupo."Falámos sobre as nossas ideias. Por vezes temos ideias diferentes, mas resolvemos a situação e, na maioria das vezes, estamos de acordo. tem sido uma experiência notável e esta foi uma reunião muito, muito produtiva", afirmou Netanyahu, que vai entregar a Trump a mais alta honra civil de Israel, o Prémio da Paz."Em quase 80 anos, nunca o concedemos a um não israelita. E vamos atribuir o prémio este ano ao presidente Trump", explicou, justificando a distinção com as "enormes contribuições" do líder da Casa Branca "para Israel e para o povo judeu".Já Trump disse que a notícia do prémio foi "realmente surpreendente e muito apreciada" e abordou a situação do Médio Oriente, afirmando esperar que o Irão não esteja a tentar expandir novamente o seu programa de mísseis, como sugerem os relatos desta semana."Se estiverem, não teremos outra escolha senão erradicar essa expansão muito rapidamente. Espero que o Irão não esteja a tentar expandir, como tenho lido, o seu programa de armas e outras coisas. E se estiverem, que não estejam a utilizar os locais que destruímos, mas possivelmente outros locais", acrescentou.Trump diz que sabe o que os iranianos "estão a fazer" e que não quer "desperdiçar muito combustível" que seria necessário para enviar bombardeiros norte-americanos para o Médio Oriente, como já fez em junho.Sobre o conflito em Gaza, ameaçou o Hamas, vincando que o movimento islamita palestiniano terá um "prazo muito curto para se desarmar" e que haverá "consequências terríveis" se não se desarmarem, argumentando que tal é necessário para a paz na região."Isto vai ser muito, muito mau para eles. E eu não quero que isso aconteça. Mas eles fizeram um acordo de que iriam desarmar", insistiu..Trump insiste no desarmamento do Hamas à entrada para reunião com Netanyahu .Desde que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, patrocinado por Trump, entrou em vigor a 10 de outubro deste ano, o movimento radical palestiniano entregou os 20 reféns que permaneciam vivos no enclave e 27 dos 28 corpos de reféns mortos. Quando o Hamas entregar o último corpo, a chamada primeira fase do acordo de paz será considerada como concluída e terá início a segunda, que prevê, entre outros aspetos, o desarmamento do grupo radical, o recuo das tropas israelitas no enclave e a constituição de um governo tecnocrata para o território, devastado por dois anos de guerra, que teve início em outubro de 2023. No entanto, mais de três meses após a entrada em vigor do cessar-fogo, as condições de vida dos palestinianos na devastada Faixa de Gaza não melhoraram, uma vez que milhares continuam a viver em condições precárias em tendas que foram agora danificadas pelas fortes chuvas que caem desde o início do mês. Além disso, os ataques das tropas israelitas, que ainda controlam mais de 50% de Gaza, não cessaram completamente. Conforme o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, mais de 400 palestinianos foram mortos em ataques israelitas desde a entrada em vigor da trégua. .Será que o cessar-fogo em Gaza vai ruir ou avançar para a segunda fase?