João Gomes Cravinho.
João Gomes Cravinho.EPA/OLIVIER MATTHYS

Navalny. Cravinho admite sanções da UE perante “informação concreta”

João Gomes Cravinho salienta que “por alguma razão”, Moscovo preferiu “que não se conhecessem as causas da morte” de Alexey Navalny.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho considerou, esta segunda-feira, que “o regime de Vladimir Putin” tem responsabilidades na morte de Alexey Navalny, comparáveis às de “Salazar”, no assassinado de Humberto Delgado.

João Gomes Cravinho falava em Bruxelas, à margem do conselho de Negócios Estrangeiros, no qual os 27 discutiram a possibilidade de haver sanções a “pessoas responsáveis directamente” pela morte do opositor ao regime de Vladimir Putin, estando dependentes de informações concretas.

“Neste momento estamos ainda a procurar recolher informação sobre aquilo que se passa”, sublinhou o ministro, destacando que “as autoridades russas não libertaram o corpo de Navalny, portanto, por alguma razão, preferiram que não se soubesse e não se conhecessem as causas da morte”. 

“Estamos ainda, poucos dias depois da sua morte, a tentar perceber exactamente quais foram as causas”, afirmou João Gomes Cravinho, deixando entender que a União Europeia não hesitará em aplicar sanções quando tiver dados relevantes sobre o caso.

“Se quando recebermos informação concreta sobre pessoas diretamente responsáveis pela morte de Navalny ou pelo tratamento dado a outros presos políticos na Rússia, obviamente que serão sancionados”, garantiu, reforçado a informação de que a União Europeia “ainda não tem esses elementos”.

No entanto, João Gomes Cravinho considera que há responsabilidade de Moscovo na morte do opositor ao regime de Vladimir Putin. “Não temos dúvidas nenhumas que Navalny morre porque o regima, que Putin criou levou a sua morte, da mesma maneira que Humberto Delgado morre por causa do regime liderado por Salazar em Portugal”.

“Temos aqui mais uma demonstração... - porque parece que haverá algumas pessoas que têm dúvidas em Portugal, [e] noutros países europeus, sobre a natureza do regime”, afirmou, defendendo que “aqueles que têm dúvidas (...) é extremamente importante reconsiderarem as suas posições [propósito do regime de Putin]”.

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