MP pede libertação sob supervisão judicial. A prisão é "muito difícil" e "exaustiva", diz Nicolas Sarkozy
EPA/YOAN VALAT

MP pede libertação sob supervisão judicial. A prisão é "muito difícil" e "exaustiva", diz Nicolas Sarkozy

O pedido de libertação do ex-presidente francês está a ser analisado pelo Tribunal de Recurso de Paris. Foi condenado a cinco anos de cadeia pelo financiamento líbio na campanha presidencial de 2007.
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O Tribunal de Recurso de Paris começou esta segunda-feira, 10 de novembro, a analisar o pedido de libertação do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy preso há 20 dias depois de ter sido condenado a cinco anos de cadeia.

Nicolas Sarkozy foi condenado pelo financiamento líbio na campanha presidencial francesa de 2007.

De acordo com os media franceses, o Ministério Público solicitou a libertação sob supervisão judicial do ex-presidente francês.

Esta segunda-feira, na primeira aparição pública de um ex-chefe de Estado francês na prisão, Nicolas Sarkozy, vestindo um casaco, uma camisola e uma camisa azul-escuro, compareceu por videoconferência a partir da prisão de La Santé, Paris, acompanhado de dois advogados.

"Nunca confessarei algo que não fiz. (...) Nunca imaginei que chegaria aos 70 anos e passaria pela experiência da prisão. É uma provação imposta. É difícil, muito difícil. Deixa marcas em todos os prisioneiros porque é exaustiva", disse ao tribunal Sarkozy, citado pela imprensa francesa, referindo ainda que a prisão é "um pesadelo".

Fonte judicial disse à AFP que a decisão do tribunal deve ser anunciada ainda esta segunda-feira. Se o tribunal aprovar o pedido, Nicolas Sarkozy, 70 anos, pode ser libertado de imediato.

Contactados pela AFP, os advogados, que apresentaram o pedido de libertação minutos após a detenção de Sarkozy, não quiseram fazer comentários.

A mulher de Nicolas Sarkozy, a ex-modelo Carla Bruni, e dois dos filhos, Pierre e Jean, estiveram presentes na galeria reservada ao público, na sala de tribunal.

No dia 25 de setembro, o Tribunal Penal de Paris considerou que Sarkozy permitiu conscientemente que os assessores solicitassem o financiamento a Muammar Kadafi (1942-2011), líder líbio, em 2007.

Nicolas Sarkozy apresentou um apelo de imediato, alegando que a sentença foi motivada por "ódio".

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Nicolas Sarkozy já está na prisão para cumprir pena de cinco anos

De acordo com a AFP, o recurso de Nicolas Sarkozy enquadra a detenção nos critérios para a prisão preventiva, que diferem dos critérios para o cumprimento da pena.

Segundo o artigo 144 do Código de Processo Penal de França, a prisão preventiva só é possível se for o "único meio" de proteger a prova, prevenir a pressão ou o conluio, prevenir a fuga ou a reincidência, ou proteger o próprio Sarkozy.

Caso contrário, Nicolas Sarkozy terá de ser libertado sob supervisão judicial, possivelmente em prisão domiciliária com monitorização eletrónica.

Entretanto, o ex-presidente encontra-se em regime de isolamento na prisão com dois agentes de segurança alojados numa cela próxima.

Estas medidas justificam-se pelo "estatuto" e pelas "ameaças", segundo o ministro do Interior francês (correspondente ao ministro da Administração Interna).

No final de outubro Sarkozy recebeu a visita do ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, um encontro que gerou críticas, sobretudo por parte dos magistrados.

Paralelamente, no mesmo caso: dos três condenados o Tribunal de Recurso libertou o ex-banqueiro Wahib Nacer, de 81 anos, que está sob supervisão judicial, mas manteve detido o "intermediário" Alexandre Djouhri.

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