Emmanuel Macron.
Emmanuel Macron.CHRISTOPHE PETIT TESSON / EPA

Macron recebeu partidos no Eliseu, rejeita dissolver Assembleia e vai nomear novo primeiro-ministro

Não está afastada a hipótese de o presidente poder voltar a nomear Sébastien Lecornu.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu esta sexta-feira (10 de outubro) os partidos com assento parlamentar - exceto os dos dois extremos, que pedem a dissolução da Assembleia Nacional - e vai nomear até ao final do dia um novo primeiro-ministro, sabendo-se apenas que não virá do campo da esquerda.

Não está afastada a possibilidade de o escolhido ser, novamente, Sébastien Lecornu, que se demitiu na segunda-feira após 27 dias no cargo. O centrista não esteve na reunião.

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Menos de um mês no cargo. Sébastien Lecornu apresentou a demissão a Emmanuel Macron

"Viemos ver se esta crise podia ser resolvida. Esperávamos perceber o que se estava a passar", disse o secretário-geral do Partido Socialista, Olivier Faure, após a reunião no Palácio do Eliseu. "Deve ter compreendido, pelas declarações daqueles que nos antecederam, que não haverá um primeiro-ministro de esquerda", referiu aos jornalistas à saída.

"Saímos desta reunião atordoados", disse a ecologista Marine Tondelier. "Não recebemos qualquer resposta, exceto que o primeiro-ministro que será nomeado nas próximas horas não será do nosso grupo político", acrescentou a líder dos Ecologistas, "muito preocupada", após a reunião.

Os primeiros a sair, sem prestar declarações, foram Laurent Wauquiez e Bruno Retailleau. Nem o líder dos deputados d'Os Republicanos nem o ministro do Interior demissionário comentaram o que foi dito durante estas discussões, onde Macron terá deixado claro que não ia dissolver a Assembleia.

No encontro desta tarde, no Eliseu, não estiveram A França Insubmissa (extrema-esquerda) nem o Reagrupamento Nacional (extrema-direita).

"Ao contrário de todos os outros partidos, recusamos qualquer negociação folclórica com Lecornu. A responsabilidade do caos não é da Assembleia Nacional. É do Palácio do Eliseu. Precisamos de uma eleição presidencial. Precisamos de um governo legítimo para lutar contra o declínio da França, contra a pobreza e a insegurança que assolam o país e contra a irresponsabilidade ecológica que o coloca em perigo. Estamos prontos", indicou Jean-Luc Mélenchon, líder histórico d'a França Insubmissa e seu candidato presidencial em várias ocasiões.

"Emmanuel Macron não pode fingir que o Reagrupamento Nacional não existe. Ignorar um partido apoiado por 11 milhões de eleitores é atropelar as instituições. Confiamos no povo francês: são eles que devem decidir, não os políticos que se agarram às suas posições", disse a líder parlamentar do RN, Marine Le Pen.

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Macron de impasse em impasse

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