Keir Starmer e Emmanuel Macron assinaram esta quinta-feira, 10 de julho, em Londres, no terceiro e último dia da visita de Estado do presidente francês, uma declaração que confirma que Reino Unido e França, as duas únicas potências nucleares europeias, estão dispostas a coordenar o uso do seu arsenal.“Não descartamos a coordenação da nossa dissuasão nuclear. Esta é uma mensagem que os nossos parceiros precisam de ouvir, e os nossos adversários também”, declarou o presidente francês, alertando para o aumento dos riscos de segurança, com ameaças vindas não só de terroristas, mas também das consequências de uma guerra na Europa.Antes do início da cimeira bilateral entre os dois países, o secretário da Defesa britânico, John Healey, já havia adiantando pormenores sobre este acordo de Defesa que, além da questão do nuclear, inclui um entendimento para encomendar uma nova geração de mísseis de cruzeiro para substituir o Storm Shadow. “Desta forma, qualquer adversário que ameace os interesses vitais da Grã-Bretanha ou da França poderá ser confrontado pelo poderio das forças nucleares de ambas as nações. A cooperação entre os dois países na investigação nuclear também será aprofundada, enquanto trabalham em conjunto para defender a arquitetura internacional de não proliferação”, refere uma nota do Ministério da Defesa britânico.Os dois líderes acordaram também lançar um projeto-piloto “para impedir viagens ilegais através da Europa com destino ao Reino Unido e travessias perigosas em pequenas embarcações” de forma a “romper com o modelo de negócio dos gangues organizados”. Este projeto, apelidado de “um dentro, um fora” vai permitir a readmissão de migrantes diretamente em França após uma viagem ilegal em pequenas embarcações com destino ao Reino Unido e, ao mesmo tempo, oferecerá uma rota legal recíproca para o Reino Unido para migrantes em França, havendo uma equivalência de números entre os dois. Como pretendido em parte por Macron - que sempre defendeu que os acordos migratórios deveriam ser negociados com o bloco dos 27 e não de forma bilateral -, a declaração conjunta desta cimeira refere este acordo ainda vai passar por “uma análise jurídica prévia, com total transparência e entendimento, com a Comissão e os Estados-membros da UE”. .Macron e Starmer unidos na necessidade de travar imigração