O líder norte-coreano, Kim Jong-un, cruzou esta terça-feira, 2 de setembro, a fronteira com a China a bordo do seu comboio blindado, rumo a Pequim, para participar numa importante parada militar com os presidentes chinês e russo.A confirmação da entrada de Kim em território chinês foi divulgada pelo órgão oficial norte-coreano Voice of Korea, após a agência estatal KCNA ter noticiado na véspera a sua partida de Pyongyang com destino à capital chinesa.Kim vai assistir na quarta-feira, 3, ao desfile militar que assinala os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, na Praça Tiananmen, naquele que será o seu primeiro evento multilateral com outros chefes de Estado, incluindo possíveis cimeiras bilaterais e trilaterais com Xi Jinping e Vladimir Putin.De acordo com a KCNA, o dirigente norte-coreano faz-se acompanhar por altos quadros do Partido dos Trabalhadores e da administração central, incluindo a ministra dos Negócios Estrangeiros, Choe Son-hui.Um conselheiro da presidência russa afirmou recentemente que, durante o desfile, Kim e Putin estarão posicionados ao lado do Presidente chinês, numa imagem simbólica de alinhamento entre os três países face aos Estados Unidos e seus aliados.Segundo fontes militares chinesas, grande parte do armamento a ser exibido – incluindo armas estratégicas terrestres, marítimas e aéreas, equipamento de guerra de precisão avançado e veículos aéreos não tripulados (“drones”) – será mostrado ao público pela primeira vez. Estão previstas formações aéreas com aviões de combate e helicópteros..China prepara-se para revelar série de novas armas em importante desfile militar. O evento será altamente coreografado e decorrerá sob forte controlo de segurança. O público está impedido de assistir presencialmente ao desfile, com barreiras montadas a uma quadra do percurso e edifícios comerciais encerrados até ao fim da cerimónia. A maior parte da população deverá acompanhar a transmissão por televisão ou ‘online’.Esta é a primeira grande parada militar organizada pela China desde 2019, quando se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular. O desfile visa transmitir confiança à população quanto à capacidade de defesa do país, num contexto de crescentes tensões regionais e preocupações internacionais face ao reforço militar de Pequim.Esta deslocação de Kim à China, a primeira a este país desde 2019, visa também reforçar os laços com Pequim, tensos desde o aprofundamento da cooperação militar entre Pyongyang e Moscovo.Essa cooperação foi recentemente formalizada num acordo que prevê assistência militar mútua em caso de agressão e inclui a mobilização de tropas norte-coreanas na guerra da Ucrânia..Estancar o alargamento da NATO é condição para a paz na Ucrânia, diz Putin. Antes da partida para a China, Kim visitou na segunda-feira um instituto de investigação dedicado ao desenvolvimento de motores de combustível sólido para mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), segundo outro comunicado da KCNA .Foi a primeira vez que a Coreia do Norte anunciou o desenvolvimento da nova geração de mísseis Hwasong-20, com um impulso máximo de 1.960 quilonewtons, o equivalente a cerca de 200 toneladas-força.O novo motor poderá também ser utilizado na série anterior de mísseis Hwasong-19.A divulgação do novo ICBM na véspera do desfile em Pequim surge como uma possível demonstração de força militar, com foco na capacidade nuclear e de mísseis do regime norte-coreano..'Big show' Xi de olho em Trump: da parceria com Modi à parada militar com Putin e Kim